TSE manda Bolsonaro tirar propaganda que ataca Lula

Os advogados do candidato petista dizem que a peça de Bolsonaro "ultrapassa o direito Ă  liberdade de expressĂ£o e atinge a honra da candidatura [de Lula]"

Peesquisa Quaest

Publicado em: 13/10/2022 Ă s 09:56 | Atualizado em: 13/10/2022 Ă s 09:59

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou a suspensĂ£o imediata da veiculaĂ§Ă£o de uma peça eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que o ex-presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva (PT) Ă© chamado de ladrĂ£o e corrupto. O vĂ­deo começou a ser exibido no horĂ¡rio eleitoral gratuito em 9 de outubro.

A decisĂ£o do relator do caso, ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, atende a um pedido da ColigaĂ§Ă£o Brasil da Esperança, da chapa de Lula e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB).

Em sua decisĂ£o, o ministro diz que o vĂ­deo contraria o direito Ă  presunĂ§Ă£o de inocĂªncia.

“Foram ultrapassados os limites da liberdade de expressĂ£o, porquanto se trata de publicidade que nĂ£o observa normas constitucionais e legais, o que justifica a atuaĂ§Ă£o repressiva desta Justiça Especializada”, argumenta Sanseverino.

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A campanha de Bolsonaro deve suspender a veiculaĂ§Ă£o do vĂ­deo, em inserções ou bloco, sob pena de multa de R$ 50 mil a cada divulgaĂ§Ă£o.

Na peça, o locutor diz: “A maior mentira dessa eleiĂ§Ă£o Ă© dizer que Lula nĂ£o Ă© ladrĂ£o. Votar no Lula Ă© votar em corrupto”.

Os advogados do candidato petista dizem que a peça de Bolsonaro “ultrapassa o direito Ă  liberdade de expressĂ£o e atinge a honra da candidatura [de Lula]”.

O ministro do TSE tambĂ©m ressalta que a propaganda eleitoral em horĂ¡rio gratuito na televisĂ£o “exige maior controle e fiscalizaĂ§Ă£o da Justiça Eleitoral”.

Relembre o caso

Lula esteve preso por um ano e sete meses na carceragem da PolĂ­cia Federal (PF) de Curitiba apĂ³s ter sido condenado a 8 anos 10 meses e 20 dias de prisĂ£o por lavagem de dinheiro e corrupĂ§Ă£o ativa e passiva no caso do trĂ­plex do GuarujĂ¡ (SP).

O petista foi solto em novembro de 2019 apĂ³s ter sido beneficiado por decisĂ£o do STF (Supremo Tribunal Federal) que proibiu prisĂ£o apĂ³s condenaĂ§Ă£o em segunda instĂ¢ncia, entĂ£o caso de Lula.

O caso do triplex do GuarujĂ¡ voltou Ă  estaca zero em junho do ano passado — quando o entĂ£o juiz Sergio Moro, que condenou Lula, foi considerado pelo STF parcial no julgamento — e depois foi arquivado, em janeiro de 2022, depois que o MPF alegou prescriĂ§Ă£o.

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Fotos: reproduĂ§Ă£o