Sem ganho ao salário e aposentadoria, Guedes quer fim de dedução no IR

A medida representaria uma economia de R$ 30 bilhões para o caixa do governo e compensaria parte das promessas de Bolsonaro

Diamantino Junior

Publicado em: 25/10/2022 às 10:45 | Atualizado em: 25/10/2022 às 10:51

A equipe do ministro da EconomiaPaulo Guedes, defendeu por escrito o fim dos descontos com despesas médicas e de educação no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

A medida representaria uma economia de R$ 30 bilhões para o caixa do governo e, assim, compensaria em parte as promessas que o presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição, tem feito na campanha.

O documento, obtido na íntegra pelo Estadão, tem dez páginas e anexos com sugestões de mudanças legislativas, e foi elaborado pela equipe da área fiscal do ministério após o primeiro turno.

Em nota ao Estadão, o ministro disse que “refuta a alegação de que pretende acabar com as deduções” e classificou a medida como “totalmente descabida de fundamento”.

A assessoria do ministro afirmou que “não reconhece a validade do documento” ao qual o jornal teve acesso e que estudos são feitos de forma corriqueira na pasta.

Ainda segundo apurou o Estadão, Guedes avisou sua equipe que descredencia qualquer dessas propostas.

A interlocutores, ele avisou que a Receita Federal está fazendo estudos para aumentar a faixa de isenção, única medida que estaria acertada.

No documento, os técnicos preveem que, com a reversão da dedução das despesas médicas, a economia seria de R$ 24,5 bilhões no ano cheio. Já o corte das deduções de despesas com educação permitiria um aumento de receita de R$ 5,5 bilhões.

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A lei hoje não estabelece nenhum teto para deduções de despesas médicas da base de cálculo do Imposto de Renda.

O limite para a dedução existe só no caso dos gastos com educação – é possível abater até R$ 3.561,50 por dependente.

Com as promessas de Bolsonaro na campanha eleitoral para 2023, a equipe econômica passou a rediscutir propostas para contrabalancear o impacto das medidas de aumento de gastos e melhorar as contas públicas depois das eleições.

O “centrão”, base de apoio do governo no Congresso, tem defendido iniciativas como alternativas ao teto de gatos.

Leia mais na reportagem de Adriana Fernandes no Estadão

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil