Em carta divulgada nesta quarta-feira (16), em Sharm el Sheikh, no Egito, na 27ª Conferência do Clima (CPO27), o consórcio dos governadores da Amazônia Legal apontou que a saída para economia brasileira pós-pandemia passa pela Amazônia.
“Não poderá haver um Brasil verdadeiramente desenvolvido, convivendo com uma Amazônia cuja maioria da população permaneça em condições que afrontam a sua dignidade, pela falta de saneamento, pela desnutrição e pelas carências nas áreas de saúde, educação e infraestrutura”, diz um trecho do documento.
Sendo assim, os governadores defendem como tarefa da hora a promoção do desenvolvimento sustentável da região, “particularmente com ênfase na inovação, no reforço da agregação de valor aos produtos florestais e da biodiversidade, por meio da bioeconomia”.
“Tornar isso realidade exige aperfeiçoar as capacidades humanas e institucionais e mobilizar a ação empresarial. Ao mesmo tempo, é necessário conjugar os saberes técnico e ancestral para que o potencial produtivo da Amazônia se expresse por meio do aproveitamento racional das vocações da região e com retorno justo e equânime para as populações locais”, defendem.
Nesse contexto, os governadores querem acelerar os acordos internacionais como Fundo Amazônia, que recebeu R$ 3,4 bilhões de doações de países como a Noruega e Alemanha para projetos de desenvolvimento sustentável na região.
Os chefes dos executivos estaduais querem transformar a realidade da floresta e das comunidades locais em prazos mais curtos.
“Precisamos da floresta viva, isto é, capaz de prover serviços ambientais e gerar remuneração por eles e pelos produtos dela derivados. Essa noção de vida é o marco que nos permitirá a monetização da floresta enquanto nova commodity no mercado de bens e serviços ambientais”, explicaram.
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Lula
No encontro, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva também se referiu aos investimentos que precisam ser feitos na região e destacou o acordo sobre o Fundo Amazônia.
“Logo após nossa vitória na eleição de 30 de outubro, Alemanha e Noruega anunciaram a intenção de reativar o Fundo Amazônia. O Fundo dispõe hoje de mais de 500 milhões de dólares, que estão congelados desde 2019, devido à falta de compromisso do governo atual”, disse.
Disse que não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida.
“Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030, da mesma forma que mais de 130 países se comprometeram na Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas”.
Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação