Coronel Cleitman é reconduzido à Seap por Amazonino

Publicado em: 24/10/2017 às 15:28 | Atualizado em: 24/10/2017 às 16:45

Por Rosiene Carvalho, da Redação

 

O coronel da Polícia Militar Cleitman Rabelo Coelho recebeu e aceitou o convite do governador Amazonino Mendes (PDT) para continuar como secretário de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

Cleitman teve reunião com Amazonino e já apresentou ao governador um diagnóstico da secretaria que comanda desde o massacre de presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim em 1º de janeiro  deste ano.

“Sou militar e governador não convida, governador manda”, afirmou ao BNC ao ser questionado sobre o assunto.

A pasta administra os presídios do Amazonas, palco de segundo maior massacre de presos da história do País, e estava vaga desde que o novo governo tomou posse. Embora tenha sido exonerado, Cleitman continuou  “em exercício” na pasta  aguardando a definição do novo gestor.

O Governo avaliou  que não era possível prolongar a indefinição sobre a Seap, além disso a experiência de Cleitman, no período de maior turbulência do sistema, contou a favor do convite para permanecer na secretaria.

Cleitman Rabelo foi exonerado junto com os demais secretários da gestão passada, enquanto, segundo o Governo, um “nome técnico” era procurado para tomar conta da secretaria considerada verdadeira “bomba relógio”.

O coronel Dan Câmara chegou a ser anunciado como novo secretário da Seap, mas declinou do convite um dia após a posse de Amazonino.

Novas penitenciárias

O secretária da Seap, em entrevista ao BNC, afirmou que nos últimos nove meses, enquanto o sistema era posto sob controle do Estado, foi possível fazer um diagnóstico e  propostas para melhoria,  já apresentadas ao governador Amazonino Mendes para análise.

Entre as quais, Cleitman destacou o aumento de vagas no sistema e  rompimento responsável do contrato com a terceirizada Umanizzare.

“Fomos informado que há cerca de R$ 100 milhões para construção de novas penitenciárias, em Manaus e no interior. No interior, queremos construir cadeias polos de  segurança em municípios estratégicos porque é tarefa difícil manter penitenciárias em cada uma das cidades”, disse.

Cleitman disse que a ideia é ampliar o número de vagas no sistema fechado e desafogar o excedente do semiaberto.  “As novas unidades prisionais vão absorver a demanda do semiaberto que é o câncer do sistema hoje”, afirmou.

O secretário disse que outro projeto que está sendo estudado é a realização de concurso público para agente penitenciário.

“Estamos estudando o rompimento (do contrato com a Umanizzare) de  forma responsável. Vamos tomar a decisão sem comprometer a gestão do sistema e o  governo em si. Estudando as propostas para que ocorra no menor tempo possível, mas sem causar dano”, disse.

Cletiman disse que é necessário ter certeza que a administração pública está preparada para absorver toda a demanda que hoje está sob a responsabilidade da empresa terceirizada.

“Temos hoje 9.200 presos que precisam de atendimento na área de Saúde, Esporte, Educação, Lazer sem prejudicar o atendimento à população”, disse.

 

Foto: Neuton Segundo/BNC