Reeleição de Lira a presidente da Câmara é fato dado, diz Ramos
Parceiro de chapa do atual presidente da Câmara em 2021, amazonense diz que, em 2023, Arthur Lira terá mais voto do plenário
Neuton Correa, da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 29/11/2022 às 07:34 | Atualizado em: 29/11/2022 às 07:34
O ex-vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PSD), dá como certa a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) ao cargo.
Para ele, a recondução ao posto é fato dado.
“Até agora, não há sequer um candidato que se disponha a enfrentá-lo nas urnas”, disse, analisando que o parlamentar alagoano deverá receber mais voto do que recebeu em 2021.
Naquela eleição, Marcelo Ramos compôs a chapa de Lira, como vice.
“É provável que ele obtenha uma votação ainda mais expressiva do que em 2021, quando alcançou 302 votos em primeiro turno, quase 60% do total”, analisou.
O deputado amazonense fez essa análise em artigo que distribuiu ontem à mídia e postou em suas redes.
Leia o artigo
O PT deve apoiar Arthur Lira para presidente da Câmara
Marcelo Ramos, deputado federal PSD-AM
A reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em fevereiro de 2023 é um fato dado. É provável que ele obtenha uma votação ainda mais expressiva do que em 2021, quando alcançou 302 votos em primeiro turno, quase 60% do total. Até agora, não há sequer um candidato que se disponha a enfrentá-lo nas urnas.
É o plenário da Câmara que confere força e poder a Arthur Lira. A casa está pacificada, apesar do orçamento secreto e em razão dele. E é preciso reconhecer que o extremismo e os arroubos golpistas que pautaram os últimos dois anos não encontraram apoio em Arthur Lira. Vale lembrar que ele foi um dos primeiros a admitir a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Estamos saindo de uma eleição presidencial renhida. O país está dividido e uma parcela – pequena, mas barulhenta – dos derrotados nega o resultado da eleição, acampa em frente a quartéis, fecha rodovias, protagoniza cenas ora ridículas ora desumanas. É um cenário tão espantoso quanto lamentável, mas é o que está a nossa frente. Cabe ao novo governo construir pontes, diminuir tensões e ampliar o campo democrático.
A boa política é a arte de construir convergências. No atual momento, a manifestação de apoio do PT a reeleição de Arthur Lira, distensiona as relações na Câmara, ajuda na aprovação da PEC da Transição e envia um sinal ao Brasil de que haverá um esforço real de união nacional. Tudo isso facilita a pacificação da sociedade e a governabilidade.
É bom para o Brasil e é bom para o PT. Arthur Lira terá influência sobre uma grande bancada de deputados dos mais variados partidos. Se participar da frente que endossará a reeleição do presidente da Câmara, o PT e seus aliados terão direito a espaços estratégicos na Mesa Diretora e nas comissões da casa.
Não faz sentido recusar ou mesmo protelar a opção por um caminho que confere mais estabilidade ao governo eleito quanto e, ao mesmo tempo, aumenta as chances de sucesso dos mandatos de seus deputados. Recusar apoio a Arthur Lira não é só imprudente, é temerário.
Política não é o que a gente queria que ela fosse. Política é o que ela é. E, sendo o que ela é, o desafio dos democratas é mudar o que pode ser mudado e acumular forças para, mais à frente, mudar o que ainda não pode ser mudado pela correlação de forças desfavorável. Política não se faz com o fígado. Faz-se com a cabeça e o coração. É preciso recuperar as convergências, deixar as divisões no passado e esquecer eventuais ressentimentos.
O Brasil está esfacelado depois de quatro anos de um governo que deixará um apagão administrativo em áreas vitais do Estado, como a saúde, a educação, o amparo aos mais necessitados e a preservação ambiental. Será necessário um grande esforço coletivo para restaurar a capacidade operacional desses setores.
Toda ajuda deve receber boas-vindas.
Marcelo Ramos, deputado federal PSD-AM