PT reĂºne provas para propor no TSE a inelegibilidade de Bolsonaro

O PT acha que o pedido de inelegibilidade pode prosperar porque, se for analisado, serĂ¡ quando Bolsonaro jĂ¡ estiver sem mandato e, portanto, com bem menos poder

Publicado em: 03/12/2022 Ă s 11:23 | Atualizado em: 03/12/2022 Ă s 11:23

Depois da vitĂ³ria na eleiĂ§Ă£o, Lula deixou de lado a polarizaĂ§Ă£o com Jair Bolsonaro, passou a trabalhar na montagem do futuro governo, abriu negociações com a cĂºpula do Congresso e atĂ© viajou para uma conferĂªncia da ONU no Egito a fim de reposicionar o Brasil no debate mundial sobre meio ambiente.

Essas ações tiveram um objetivo em comum: fortalecer a ideia de que ele tomarĂ¡ posse em 1º de janeiro, que eventuais aspirações golpistas nĂ£o prosperarĂ£o e que a gestĂ£o Bolsonaro Ă© pĂ¡gina virada.

Apesar de quase nĂ£o ter mais seu nome mencionado em pĂºblico pelo presidente eleito e pela equipe de transiĂ§Ă£o, o ex-capitĂ£o continua na mira do PT.

Nas Ăºltimas semanas, o partido escalou advogados, tĂ©cnicos e colaboradores para recolher material que serĂ¡ usado para fustigar o atual mandatĂ¡rio.

A ideia é apresentar novas ações judiciais para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considere declarar Bolsonaro inelegível por oito anos.

Mesmo que o julgamento nĂ£o ocorra, as ações podem servir como fator de pressĂ£o, forçando-o a parar de questionar a legitimidade do processo eleitoral e do prĂ³prio mandato de Lula, sob pena de sofrer puniĂ§Ă£o.

Conhecido pelo baixo apetite para punir figurões pilhados em crimes eleitorais, o TSE nunca levou adiante pedidos de puniĂ§Ă£o contra presidentes, embora todos os chefes do Executivo desde a redemocratizaĂ§Ă£o tenham enfrentado processos por supostas irregularidades em campanhas.

Leia mais

Lira dĂ¡ aposentadoria a Bolsonaro com valor maior de R$ 30 mil

No caso mais notĂ³rio, o tribunal rejeitou a enxurrada de provas da Lava-Jato que demonstravam como a campanha Ă  reeleiĂ§Ă£o de Dilma Rousseff e Michel Temer, em 2014, foi financiada por esquemas ilĂ­citos derivados do escĂ¢ndalo de corrupĂ§Ă£o na Petrobras.

O PT conhece bem esse histĂ³rico, mas acha que o pedido de inelegibilidade pode prosperar porque, se for analisado, serĂ¡ quando Bolsonaro jĂ¡ estiver sem mandato e, portanto, com bem menos poder.

Leia mais na matéria de Laryssa Borges na revista Veja

Foto: JosĂ© Cruz/AgĂªncia Brasil