O prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Sousa, será aclamado presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM) de 2023 a 2024. Sua chapa é a única inscrita para eleição nesta quinta, dia 15. Além dele, o vice e secretários são do partido de Wilson Lima, o União Brasil.
O evento é em hotel do bairro Distrito Industrial, na zona sul de Manaus, a partir das 14h.
Essa eleição de Sousa, contudo, não se encerra em si. E nem é simples escolha de dirigente de um órgão civil. Por trás, há interesses de caciques políticos.
Por exemplo, do senador Eduardo Braga (MDB) e do governador Wilson Lima (União Brasil).
Nos últimos anos, o comando da entidade dos municípios ficava nas mãos de Braga , via aliados. Mas, isso começou a mudar a partir da ascensão de Lima ao poder.
Em 2020, por exemplo, a AAM foi alvo de acirrada disputa que foi parar na Justiça. Naquela ocasião, o prefeito reeleito de Manaquiri, Jair Souto, do MDB de Braga, foi acusado de se eleger à associação de forma ilegal. Conforme decisão do juiz Manuel Amaro de Lima, o ato foi suspenso porque a eleição foi fora das regras internas da associação.
Como resultado, afastou o aliado de Braga da presidência. Ação na Justiça dos prefeitos de Maués, Júnior Leite (União Brasil), que era presidente dos municípios e renunciou naquele ano de 2020, e Sousa apontaram que 14 prefeitos ajudaram Souto a agir na ilegalidade para se autoproclamar presidente.
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Confronto aberto
Em maio deste ano, Wilson Lima deu xeque-mate para tomar de Braga o poder sobre os prefeitos.
Dos 62 prefeitos do Amazonas, Lima reuniu 52 na criação do Instituto de Desenvolvimento Ambiental e Econômico dos Municípios (Idasemam) para fazer frente à AAM. E fez presidente o seu maior cabo eleitoral na eleição 2022, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
Conforme disseram os prefeitos, a associação com Souto já não representava os interesses dos municípios. Principalmente porque, por ser aliada a Braga, não conversava com o governo. Dessa forma, o interior sofreu prejuízo, por exemplo, na obtenção de recursos do estado.
Além disso, Souto inicialmente manobrou mudança no estatuto para que não houvesse eleição neste ano, disseram prefeitos.
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Esperança renovada
Em suma, a chegada de Sousa ao comando da AAM, como aliado do governador, deve apaziguar os ânimos e devolver a harmonia aos prefeitos.
Ele terá como vice-presidente o prefeito de Novo Airão, Roberto Frederico Júnior. Os primeiro e segundo secretários serão, respectivamente, os prefeitos Andreson Cavalcante, de Autazes, e Júnior Leite, de Maués.
Toda a cúpula da associação será comandada por prefeitos do União Brasil, o partido do governador Wilson Lima.
Foto: divulgação