Tripulantes de balsa passam sete horas sob mira de ‘piratas’ no rio Amazonas
Empresário sugere criação de um setor da polícia para garantir o transporte de cargas pelos rios do Amazonas, hoje dominados pelos criminosos.

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 21/12/2022 às 13:15 | Atualizado em: 21/12/2022 às 13:18
Sete tripulantes de uma balsa que saiu ontem (20) de Manaus, com destino a Porto Velho (RO), pelo rio Amazonas, foram atacados pelos chamados “piratas de rio”. Ficaram, até esta madrugada, sob a mira de armas. Conforme os trabalhadores, foram pelo menos sete horas de terror.
A falta de segurança pública para a navegação nos rios do Amazonas é velho problema. Não se tem conhecimento de qualquer projeto para combater a ação criminosa, que vem em franco crescimento há um bom tempo. Os “piratas” estão cada vez mais equipados e agem sem qualquer importunação.
Desta feita, conforme o empresário Dodó Carvalho, eram mais de dez bandidos na abordagem à embarcação. O ataque aconteceu por volta das 23h, quando a embarcação passava pelo distrito de Novo Remanso, em Itacoatiara. A rota era o rio Madeira, cuja foz é a poucos quilômetros de onde ocorreu o assalto.
De acordo com Carvalho, os “piratas” só deixaram a embarcação por volta das 6h de hoje, já na entrada do Madeira.
O foco dos assaltantes, conforme disseram, era combustíveis e produtos do polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).
A carga transportada na balsa, contudo, eram apenas contêineres vazios, segundo o empresário e dono da embarcação.
Como resultado, os “piratas” não perderam viagem e roubaram tudo dos tripulantes. Do rancho a pertences pessoais.
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Diante da falta de segurança para o transporte de cargas pelos rios do Amazonas, Carvalho sugere que os governos do Amazonas e federal atuem contra os criminosos.
“As quadrilhas cresceram nos rios. Embarcações estão vulneráveis e isso pode afetar o valor da logística dos produtos da Zona Franca de Manaus”.
Conforme o empresário, “com essa insegurança, as empresas estão optando em escoar seus produtos por via aérea. Por esse modal, aumenta o custo do bem”.
Dessa maneira, Carvalho defendeu que o governo Lula crie um setor de segurança hidroviária na estrutura da Polícia Federal. Nos moldes da recém-criada Diretoria de Amazônia e Meio Ambiente, citou por exemplo.
Foto: divulgação