Entre as exonerações nos comandos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e trocas na Polícia Federal (PF), o governo do presidente Lula nomeou o delegado Leandro Almada da Costa para superintendente da PF no Rio de Janeiro.
Almada foi responsável pelo inquérito que investigou a tentativa de obstrução da apuração das mortes da vereadora Marielle Franco e o seu motorista Anderson Gomes.
Na corporação desde 2008, Almada tem longa atuação no Amazonas . Entre 2020 e 2021, ele foi superintendente regional da PF no estado.
Na época, foi nomeado para atuar nos conflitos agrários no sul do Amazonas e nas invasões de terras indígenas por garimpeiros e madeireiros ilegais. O desafio foi implementar as ações em meio a pandemia de covid-19.
Antes, ele assumiu diversas chefias no Amazonas como as áreas de Repressão a Entorpecentes (2009/2011); Combate ao Crime Organizado (2011/2013); Coordenador de Ensino da Academia Nacional de Polícia (2014/2015); Grupo de Investigações Sensíveis (2017/2018); Combate ao Crime Organizado (2018/2019); Delegado Regional Executivo (2019/2020); e Grupo de Investigações Ambientais Sensíveis (2020/2021).
A nomeação dele para a superintendência do Rio de Janeiro é avaliada como uma forma de o governo aprofundar as investigações do caso Marielle e buscar os mandantes do crime.
Sobre o caso, o novo superintendente concluiu que houve obstrução de Justiça na apuração do assassinato da vereadora.
De acordo com ele, policiais militares e advogados atuaram em organização criminosa para tentar atrapalhar as investigações do homicídio.
O delegado apontou o policial militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e a advogada Camila Nogueira como parte de uma organização que tentou atrapalhar as apurações.
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Flávio Dino
Ao tomar posse no cargo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse que é uma “questão de honra” solucionar o assassinato de Marielle e de Anderson.
“Eu disse à ministra Anielle [Franco, ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle] e a sua mãe que é uma questão de honra do Estado brasileiro empreender todos os esforços possíveis e cabíveis, e a Polícia Federal assim atuará, para que esse crime seja desvendado definitivamente e nós saibamos quem matou Marielle e quem mandou matar Marielle Franco naquele dia no Rio de Janeiro”, disse Dino.
O ministro também sugeriu federalizar as investigações sobre o caso. Para isso, seria necessário um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Caso
Atualmente, o caso da morte de Marielle e Anderson segue sem respostas sobre o mandante do crime. A vereadora e o motorista foram assassinatos a tiros, no dia 14 de março de 2018, na região central do Rio, quando estavam no veículo saindo de uma reunião. Uma assessora da vereadora sobreviveu ao atentado.
Quase um ano depois, foram presos como autores do crime o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz.
Foto: Divulgação