Após reunião com Lula, Múcio sai em defesa das Forças Armadas
Ministro disse que pode ter havido participação isolada de militares, e falou em punição

Publicado em: 20/01/2023 às 16:19 | Atualizado em: 20/01/2023 às 16:19
O ministro da Defesa, José Múcio, disse hoje (20) que, se algum militar participou dos atos golpistas de 8 de janeiro, vai responder individualmente, mas que as corporações não tiveram envolvimento direto.
Múcio falou com jornalistas após uma reunião com o presidente Lula (PT) e os comandantes das Forças Armadas.
Apesar do momento tenso da relação entre ambos, o ministro insistiu que os atentados não foram o tema da reunião.
“Entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento individualmente teve sua participação, ele vai responder como cidadão”, disse José Múcio, ministro da Defesa.
Múcio disse que as possíveis punições não foram discutidas por se tratar de um assunto da Justiça. “Estamos aguardando comprovações para que providências sejam, e serão, tomadas.”
O ministro também afirmou que um novo episódio como o que ocorreu na Praça dos Três Poderes, que deixou o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) destruídos, não vai voltar a acontecer, porque as Forças Armadas “vão se antecipar”.
Lula tem mostrado abertamente o seu descontentamento com os ataques.
Além de fazer cobranças públicas em relação ao Exército, o presidente chegou a questionar se as portas do Planalto foram abertas por militares, dada a facilidade com os que terroristas invadiram os prédios.
Até então, Múcio tinha evitado falar publicamente sobre o tema. Com suspeita de conhecidos nos acampamentos em frente aos quartéis, ele chegou a chamar as aglomerações de “democráticas”, e, segundo fontes, foi contra a prisão das pessoas mesmo após os atentados.
Leia mais na matéria de Caíque Alencar e Lucas Borges Teixeira no UOL
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Foto: Ricardo Stuckert