Ministério da Justiça vai abrir inquérito sobre genocídio contra ianomâmis

A investigação, a cargo da Polícia Federal, vai apurar crimes de genocídio e ambiental

Publicado em: 21/01/2023 às 16:28 | Atualizado em: 21/01/2023 às 16:28

O Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino, disse hoje que vai determinar a abertura um inquérito sobre a grave crise do povo ianomâmi em Roraima.

A investigação, a cargo da Polícia Federal, vai apurar crimes de genocídio e ambiental. O genocídio é caracterizado pelo extermínio deliberado de uma comunidade, grupo ético, racial ou religioso.

Em nota, a pasta disse que a PF começará a investigação na segunda-feira (23).

“O presidente Lula determinou que as leis sejam cumpridas em todo o país. E vamos fazer isso em relação aos sofrimentos criminosos impostos aos Yanomami. Há fortes indícios de crime de genocídio, que será apurado pela PF”, declarou o ministro da Justiça.

Em visita ao estado hoje, o presidente Lula (PT) criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por priorizar as motociatas e ter “abandonado” os ianomâmis.

“É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está”, disse o presidente da República.

Dino e Lula elaboram, junto às pastas da Saúde, Desenvolvimento e Povos Indígenas, medidas para combater, principalmente, a questão da fome e da segurança na região.

Crise sanitária e humanitária. 570 crianças ianomâmis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, “devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região”, segundo o Ministério dos Povos Indígenas.

Leia mais na matéria de Isabella Cavalcante no UOL

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Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert