Número de pessoas endividadas no Brasil bate recorde

Para tratar o problema, o governo Lula espera lançar ainda em fevereiro o programa Desenrola, de renegociação de dívidas

Brasileiro endividado bate recorde e atinge mais de 64 milhões        

Publicado em: 16/02/2023 às 11:30 | Atualizado em: 16/02/2023 às 11:30

Dois indicadores sobre pessoas endividadas no Brasil bateram recordes em 2022, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

E, com juros elevados e os mais pobres recorrendo ao crédito para fazer frente a despesas do dia a dia, o recorde poderá ser quebrado novamente este ano, prevê a entidade empresarial.

Para endereçar o problema, o governo Lula da Silva (PT) espera lançar ainda em fevereiro o programa Desenrola, de renegociação de dívidas.

Os detalhes do programa — uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — ainda não foram divulgados, mas a expectativa é de que a iniciativa priorize cerca de 40 milhões de brasileiros endividados com renda até dois salários mínimos (R$ 2.604, em valores atuais).

O governo também pretende lançar ainda este mês o novo Bolsa Família, que deve substituir o programa Auxílio Brasil, criado pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

A mudança preocupa famílias de baixa renda que se endividaram com o empréstimo consignado do Auxílio Brasil — cujas parcelas são descontadas diretamente do benefício pago pelo governo federal. Elas temem mudanças no Cadastro Único e a possibilidade de serem excluídas do programa, ficando com a dívida do consignado para pagar.

O que explica o recorde de endividados

Em 2022, a cada 100 famílias brasileiras, 78 estavam endividadas. O patamar é o mais elevado da série histórica da Peic, com início em 2010.

Entre 2020 e 2022, a proporção de famílias endividadas passou de 66,5% para 77,9%, uma alta de 11,4 pontos percentuais.

No período, a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) foi elevada de 2% para os atuais 13,75% — nível que tem sido motivo de embates entre o governo e o Banco Central.

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