Amazônia: Incra quer barrar venda de fazenda maior que São Paulo

De acordo com a apuração, o negócio foi feito entre 2014 e 2016 e custou R$ 250 milhões.

Diamantino Junior

Publicado em: 25/02/2023 às 10:19 | Atualizado em: 27/02/2023 às 11:41

O instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) está tentando anular um negócio que entregou a espanhóis e portugueses uma área de 190 mil hectares.

Trata-se da Fazenda Novo Macapá, maior que a cidade de São Paulo (150 mil hectares) que abrange terras do Acre e do estado do Amazonas.

É o que mostra reportagem deste sábado (25/02), assinada pela jornalista Mariana Desidério, publicada pelo portal UOL.

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De acordo com a apuração, o negócio foi feito entre 2014 e 2016 e custou R$ 250 milhões.

A fazenda, conforme a reportagem, explora madeiras nobres da área como mogno e cedro.

Para o Incra, segundo a matéria, há indícios de irregularidades na compra.

A Agrocortex, dona da fazenda, diz que está regular e que respeita o meio ambiente.

Leia mais na reportagem de Mariana Desidério, publicada pelo portal UOL

Extração de madeira

Em matéria publicada em 21/09/2022 o g1 trata de um outro problema na Amazônia: a extração ilegal de madeira em terras indígenas.

A extração ilegal de madeira em terras indígenas aumentou 11 vezes em um período de 12 meses, na Amazônia. Isso no estado do Pará. Conforme dados do Simex.

De acordo com reportagem de Ricardo Peixoto, do g1, aumentou de 158 hectares no período de agosto de 2019 a julho de 2020 para 1.720 hectares entre agosto de 2020 e julho de 2021.

Como resultado, o número representa uma taxa de quase 1000%.

Sobretudo, a Rede Simex, formada por quatro instituições ambientais: o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e o Instituto Centro de Vida (ICV).

Além disso, a rede também analisou o número de terras indígenas invadidas pela atividade ilegal.

Assim, cinco territórios tiveram extração madeireira entre agosto de 2020 e julho de 2021.

A princípio, no relatório anterior, que analisou os anos de 2019 e 2020, apenas a Terra Indígena Baú, no sudeste do Pará, havia sofrido extração madeireira.

Da mesma forma, levantamento mostra que, Amanayé, localizada no município de Goianésia do Pará, foi o território mais impactado.

Então, entre agosto de 2020 e julho de 2021, 1.255 hectares foram explorados no local. Esse dado corresponde a 73% das terras indígenas do Pará afetadas pela extração ilegal de madeira.

“Embora presente no banco de dados de Terras Indígenas da Fundação Nacional do Índio (Funai), esse território ainda aguarda aprovação, o que o coloca ainda mais em risco”, ressalta o Imazon.

Foto: pixabay