Manaus: postos elevam preços dos combustíveis antes da hora

Nem bem o ministro terminou de anunciar a medida e alguns postos de gasolina de Manaus já elevaram os preços dos combustíveis.

Diamantino Junior

Publicado em: 28/02/2023 às 19:58 | Atualizado em: 01/03/2023 às 11:00

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda nem tinha anunciado o valor dos impostos que voltariam a onerar combustíveis, mas quase 100% dos postos de Manaus já vendiam o litro da gasolina a R$ 5,89. Até meado da manhã desta terça (28), último dia de vigência da lei que retirou os impostos federais de combustíveis, o valor era R$ 5,59. Portanto, 30 centavos de aumento irregular.

Além disso, antes de Haddad anunciar os valores da reoneração (R$ 0,47 na gasolina e de R$ 0,02 no etanol), a Petrobrás concedeu redução de preços às distribuidoras. Portanto, benefício que os postos devem repassar aos consumidores.

O que chama a atenção é a rapidez com que os aumentos chegam na bomba, mesmo com a medida valendo somente a partir de amanhã, 1º de março.

Os empresários do setor não explicam essa agilidade em elevar preços, já abusivos mesmo com a desoneração em vigor.

Dois pesos, duas medidas

Outra coisa que faz o consumidor questionar a atitude dos empresários é o fato de que, quando a situação é inversa, na hora de repassar a queda de preço, a redução nunca é imediata.

Sempre eles têm um justificativa. A mais comum é a alegação que os preços não podem ser reduzidos imediatamente porque os combustíveis das bombas foram comprados por eles com valores altos e precisam ser vendidos naqueles preços elevados. Só que essa redução nunca acontece, o combustível caro parece ser inesgotável e o consumidor raríssimas vezes tem o valor menor.

A reoneração

“A reoneração da gasolina será de R$ 0,47, o que, com o desconto de R$ 0,13 centavo da Petrobrás, dá um saldo líquido de R$ 0,34. E a reoneração do etanol será de R$ 0,02, mantendo a diferença de R$ 0,45 centavo. E o diesel, que caiu R$ 0,08 centavo. E, como não há reoneração, estamos falando de uma queda de preço do diesel nessa proporção, pois está desonerado até o fim do ano”, disse o ministro da Fazenda.

Haddad explicou que o anúncio aguardou a manifestação da Petrobrás sobre o preço dos combustíveis. Vale destacar que, com o reajuste, haverá aumento de R$ 28,8 bilhões na arrecadação deste ano, conforme divulgado pelo ministro em janeiro.

Ele também destacou que o governo federal tem “compromisso de recuperar receitas perdidas ao longo do processo eleitoral por razões demagógicas”, e que a medida leva em consideração a sustentabilidade ambiental, uma vez que o etanol é um combustível não fóssil.

“Para bancar a mudança, haverá majoração no imposto de exportação sobre o óleo cru no período de quatro meses”, afirmou.

Mais cedo, Haddad se reuniu com o presidente Lula da Silva (PT) para discutir a reoneração dos combustíveis via tributos federais (Pis/Cofins e a Cide). Ele também esteve com os líderes da Câmara dos Deputados.

Leia mais na matéria de Deborah Hana Cardoso e Mariah Aquino no portal Metrópoles

Fotos: BNC Amazonas