Nomeada superintendente substituta do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Amazonas, a servidora de carreira Estefânia Souza Silva disse que a prioridade da sua gestão é o sul do estado.
A região se tornou alvo de desmatamento, ocupação irregular e queimadas nos últimos anos, levando o Amazonas do quarto para o segundo lugar entre os estados da Amazônia com mais desmatamento, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“O sul do Amazonas passou por uma situação complexa no último governo. Muita invasão de pecuaristas em assentamentos especiais, como é o caso do projeto de assentamento agroextrativista Antimary, em Boca do Acre. Temos várias áreas nessa situação e precisamos fazer um estudo inicialmente, porque não tivemos recurso nos últimos quatro anos para isso, não houve um trabalho de acompanhamento”, afirmou ela.
O Incra tem mais de 100 assentamentos registrados no Amazonas.
De acordo com Estefânia, a ausência da administração pública no sul do Amazonas tornou a área um celeiro de ilícitos ambientais, prejudicando, inclusive, assentados.
Somente em 2022, o estado perdeu 2.570 km² de área florestal, maior índice já registrado pelo sistema Deter, do Inpe, que iniciou a medição em 2015.
“Acredito que a presença do Incra no Amazonas é muito importante. Caso ocorra algum problema numa área de responsabilidade da autarquia, uma das suas atribuições é averiguar e propor soluções. Onde a autarquia possui unidades regionais, a presença deve ser mais efetiva em razão de a logística ser menos cara”.
Outras preocupações
Apesar do destaque para o sul do Amazonas, ela afirmou que o órgão também tem outras áreas prioritárias e atua nesse primeiro momento para organizar a autarquia, de maneira a permitir a retomada dos trabalhos.
“No sul e no oeste do estado temos a pressão da fronteira agrícola [com Rondônia, Acre e Mato Grosso]. Já em outras regiões, são questões diferentes. Por exemplo, no projeto de assentamento Beruri, não tem problema de conflito agrário. Porém, precisam de outras ações de competência do Incra, como georreferenciamento e cadastro ambiental rural”.
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Contribuição de João Pedro
Pensando no fortalecimento do trabalho do Incra, a superintendente destaca ainda a recente nomeação do diretor de governança fundiária do órgão, o ex-senador amazonense João Pedro Gonçalves.
“É uma nomeação importante, porque ele tem grande experiência com a autarquia e contribuirá para uma gestão eficiente na união e reconstrução da reforma agrária e no ordenamento da estrutura fundiária do Amazonas”.
*Com informações da assessoria do Incra.
Foto: divulgação