Luz na Educação: Amazonas disputa final de prêmio da TV Globo

Projeto na final da segunda edição do prêmio é de amazonenses de escola de Barreirinha.

Luz na Educação: Amazonas disputa final de prêmio da TV Globo

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 13/03/2023 às 18:03 | Atualizado em: 13/03/2023 às 18:03

O projeto “Prática de campo: sonhos e possibilidades”, de professor e alunos de escola estadual de Barreirinha, no rio Paraná do Ramos, está na final da segunda edição do “Prêmio LED – Luz na Educação”, organizado pela Rede Globo e a Fundação Roberto Marinho.

O programa da Rede Globo busca promover e engajar ideias que acelerem novas formas de ensinar e aprender. Para isso, premia seis projetos vencedores com R$ 200 mil cada um.

Criado pelo professor de geografia Rosenilson Gama, da escola Professora Maria Belém, o projeto amazonense e executado desde 2019.

De acordo com o educador, a iniciativa nasceu após o corpo docente perceber que a escola recebe, anualmente, uma quantidade considerável de alunos ribeirinhos, quilombolas e indígenas da etnia sateré-mawé.

Dessa forma, era importante desenvolver ação que se voltasse para auxiliar na socialização deles com os demais estudantes.

Normalmente, esses estudantes apresentam dificuldade de interação e socialização. Atividades simples, como apresentar trabalhos e seminários, tornam-se muito difíceis. Precisávamos fazer algo a respeito, porque essa dificuldade tinha como consequência a evasão escolar, disse Gama.

Nesse contexto, a proposta do projeto é a de promover inclusão por meio de atividades em campo com os alunos.

Entre as principais ações realizadas, estão gincana de educação ambiental na praia do Caturetê (com a participação de aproximadamente 150 alunos e 20 professores); projeto “Educação ambiental por meio de trilhas ecológicas”, realizado no entorno da escola e nas margens do rio Andirá; visitas técnicas às matas de igapó e nas áreas degradadas; e realização do ritual da dança da tucandeira, com a presença de alunos, ex-alunos e não indígenas.

Conforme o professor, depois que começarem a realizar as atividades, o desempenho escolar dos alunos apresentou melhora considerável.

Realizamos inúmeras visitas às comunidades ribeirinhas, quilombolas e áreas indígenas. Ao final das práticas de campo, percebemos que os alunos começaram a interagir mais, socializar mais, afinal, esse é o lugar que eles possuem mais afinidade e familiaridade. Trouxemos a realidade dos estudantes para as nossas atividades escolares.

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Outros projetos

Esse projeto não é o único desenvolvido pela escola. E outras iniciativas também já receberam premiações.

Por exemplo, no prêmio “Criativo da escola”, do professor Jonailson Xisto; e, pelo Projeto Ciência na Escola, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), o professor Erivaldo Glória conquistou o prêmio na categoria de professor-pesquisador com o tema “Educação indígena através das histórias em quadrinhos: entre desafios e possibilidades no universo escolar”.

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Fase final

Depois de mais de 2 mil inscrições analisadas em todo Brasil, em diversas fases de seleção, a edição do Prêmio LED – Luz na Educação chega à final.

Dessa forma, a iniciativa amazonense concorre com outros 14 projetos, espalhados por 8 estados brasileiros.

Os projetos finalistas agora são avaliados por um grupo de especialistas e, em seguida, por uma banca de jurados, a partir dos critérios de inovação, impacto e escalabilidade.

A celebração e reconhecimento dos vencedores acontece durante um programa especial na TV Globo, transmitido para todo o país, no próximo dia 26 de abril.

Ano passado, assisti a final do programa pela televisão e achei encantadora. Hoje, estamos nela. Será emocionante! A nossa proposta é inclusiva e ousada. Ela gera custos, temos adversidades, mas sempre corremos atrás e conseguimos. Sair dos muros da escola é sempre importante para aprender com o mundo real”, finalizou Rosenilson.

Foto: divulgação/Secom