O presidente da República, Lula da Silva (PT), passou por cima das questões político-partidárias com o prefeito David Almeida (Avante) e colocou todo o seu governo à disposição da Prefeitura de Manaus para ajudar a população vitimada pelos desmoronamentos ocorridos na zona leste. O prefeito pediu ajuda de R$ 208 milhões.
“Pedi ajuda ao presidente da República e aos seus ministros em favor da população da cidade de Manaus e, mesmo ele [Lula] sabendo que eu não o apoiei, sinalizou como um líder, dizendo que não importa a cor partidária, ideologia, pois, o que ele quer é ajudar o povo e é isso que a gente espera de um governante”, disse Almeida.
Com articulação do coordenador da bancada do Amazonas, no Congresso, senador Omar Aziz (PSD), Almeida se encontrou com Lula em evento da Frente Nacional dos Prefeitos, em Brasília.
Além do presidente, o prefeito também se reuniu com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, das Cidades, Jáder Filho, e da Integração Nacional, Waldez Góes.
“O presidente sinalizou com uma grandeza fundamental. E eu quero, em nome da população da minha cidade, agradecer esse olhar que o presidente teve com Manaus, com os recursos que irão para a cidade”, afirmou o prefeito.
Leia mais
Ajuda a Manaus
A pauta dos encontros foi uma só: como o governo federal vai ajudar Manaus e sua população a resolver os problemas imediatos da tragédia no bairro Nova Floresta e das áreas de risco da cidade, infraestrutura urbana e o déficit habitacional.
“O presidente me recebeu e falei a ele das nossas necessidades, dos problemas que enfrentamos e ele sinalizou positivamente com moradias e com recursos para prevenção e respostas ao que aconteceu na cidade de Manaus”, disse Almeida.
Dessa forma, Lula e os ministros ouviram do prefeito o relato sobre a situação das 62 áreas de alto risco, existentes em Manaus, especialmente nas zonas norte e leste, e informou que todos os projetos já foram encaminhados para acesso a recursos.
“As verbas que solicitamos para executar obras nessas 62 áreas de risco estão estimadas em R$ 208 milhões. No entanto, há urgência para a construção de 5 mil habitações e isso será viabilizado, com urgência, pelo projeto Minha Casa, Minha Vida”.
Áreas de risco: prioridade
Após o estado de emergência, reconhecido pelo governo federal, o ministro da Integração Nacional disse que a defesa civil está com uma equipe do governo federal em Manaus. O objetivo é finalizar o plano de trabalho para que a prefeitura já possa acessar os recursos de ajuda humanitária e de reconstrução nos próximos dias.
“O governo tem que dar prioridade a essas pessoas que estão nessas áreas de risco. Além de retirar, tem que proibir essas moradias. É que as vezes as pessoas querem fazer política, permitindo que isso aconteça e não dá para fazer política com a vida das pessoas”, disse Aziz.
Portanto, segundo o senador, o governo federal, a prefeitura e todos os órgãos fiscalizadores têm que olhar a situação de Manaus com prioridade.
“Porque ninguém vai para uma área dessas por gostar, mas por necessidade. E a necessidade muitas vezes leva a esse tipo de desastre”.
Agenda da saúde
Além da agenda com Lula, Almeida também tratou sobre saúde com a ministra Nízia Lima.
Ele pediu a continuidade dos 64 profissionais do programa Mais Médicos, cujos contratos serão encerrados em abril.
A ministra, em resposta, disse que uma medida provisória está sendo elaborada para esse fim e garantiu que os médicos de Manaus serão recontratados.
“A resposta positiva da ministra nos anima porque, sem esses 64 médicos do programa federal, as nossas unidades básicas de saúde ficariam sem atendimento”, disse o prefeito.
Foto: Divulgação