A Petrobras foi comunicada sobre o abuso sexual cometido contra três mulheres no Centro de Pesquisas (Cenpes) na Ilha do Fundão, Zona Norte do Rio.
O crime ocorreu há mais de seis meses, mas a estatal só demitiu o funcionário Cristiano Medeiros de Souza, acusado pelos assédios, depois de uma denúncia do Ministério Público do Rio (MP-RJ).
Uma investigação interna foi aberta pela ouvidoria da empresa depois de denúncias das vítimas, mas foi arquivada, sem punição, sob a alegação de falta de provas, apurou a GloboNews.
Na segunda-feira (3), a Petrobras criou um grupo de trabalho para rever os procedimentos internos de recebimento e tratamento das denúncias de assédio e importunação sexual contra mulheres. As denúncias de abusos foram reveladas por Ancelmo Gois, colunista do jornal “O Globo”.
A GloboNews teve acesso a documentos e a relatos que mostram que a ouvidoria, o departamento de recursos humanos e a gerência do Cespen sabiam do caso desde setembro do passado.
A demissão do agressor só aconteceu, no entanto, depois que o MP do Rio denunciou o petroleiro por assédio e importunação sexual cometido contra uma das auxiliares de limpeza. Segundo a defesa da vítima, a denúncia foi aceita pela Justiça.
Um ofício de 7 de novembro do Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro-RJ), por exemplo, comunicou a Petrobras que quatro trabalhadoras da área de limpeza de uma empresa terceirizada tinham sido a assediadas sexualmente pelo petroleiro, sendo uma delas vítima de estupro, dentro do Cenpes.
O documento do Sindipetro-RJ dizia que “diante da gravidade da situação e da insegurança gerada, uma das vítimas pediu demissão”. No documento, o sindicato cobrava proteção das mulheres e celeridade na apuração das denúncias, afirmando que a Petrobras tinha conhecimento dos acontecimentos há pelo menos 60 dias.
A entidade de classe afirmava ainda que foi que o empregado era conhecido na unidade “pela forma desrespeitosa como trata as mulheres, em especial aquelas de empresas contratadas”, o que poderia ser um sinal de alerta para outras possíveis vítimas.
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Foto: André Motta de Souza/Agência Petrobrás