Durante a campanha de reeleição, Bolsonaro pagou por lanches e refeições de militares e presos, que custaram mais de R$ 754 mil aos cofres públicos, a informação foi trazida pelas jornalistas Camila Turtelli, Gabriela Vinhal e Silvia Ribeiro e publicada no portal UOL .
A equipe de coordenação de viagens de Bolsonaro comprou pelo menos 21.447 kits-lanche para distribuir a agentes locais de segurança convocados para dar “apoio à missão” durante as visitas do então presidente-candidato às cidades.
A maioria dos kits-lanche incluía dois sanduíches de presunto e queijo, uma fruta, uma barra de cereal e um refrigerante ou água.
O UOL analisou 58 agendas de Bolsonaro fora de Brasília entre 16 de agosto e 31 de outubro de 2022, com 42 classificadas como “atividades eleitorais” que tiveram despesas de alimentação pagas com cartão corporativo.
Em outubro de 2022, durante a campanha, o governo federal autorizou a solicitação de “alimentação, quando necessária, para os integrantes de apoio local”.
Os gastos são vistos por especialistas ouvidos pelo UOL como um “agrado” ou “abuso de poder político e econômico” do então candidato.
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Após a publicação da reportagem, o subprocurador do TCU (Tribunal de Contas da União) Lucas Furtado pediu abertura de investigação sobre os gastos.
Gastos maiores
Os gastos com o cartão corporativo da gestão de Jair Bolsonaro estão incompletos e podem ser maiores do que foi publicado pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR).
Ao GLOBO, a Secretaria de Comunicação Social da presidência (SECOM) informou que faltam despesas a serem incluídas e que uma nova publicação deverá ser feita em breve.
“Haverá uma nova publicação uma vez que alguns registros não foram incluídos na extração original.”, diz a Secom, que afirma ainda que “dados consolidados constantes do Portal da Transparência atualmente são provenientes das faturas encaminhadas mensalmente pelo Banco do Brasil à CGU.”
A quantia gasta pelo cartão corporativo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi disponibilizada no site da Secretaria-Geral da Presidência da República após a queda do sigilo destes dados, diante do fim de seu mandato. O pedido pela divulgação das informações foi feito pela agência Fiquem Sabendo.
No total, foram gastos no cartão corporativo R$ 27 milhões ao longo dos últimos quatro anos. Valores inferiores do que consta como dados informados pelo Portal da Transparência, o que chegam a 75 milhões.
Ainda segundo a Secom, essas informações publicadas pela Secretaria-Geral da Presidência da República se “referem exclusivamente à unidade gestora da Secretaria Especial de Administração da Presidência. Já o Portal da Transparência apresenta dados consolidados de outras unidades da Presidência, mas é possível filtrá-los para ver apenas essa unidade gestora”.
Leia mais na matéria de Paulo Assad e Elaine Neves em O Globo
Leia mais na matéria de Camila Turtelli, Gabriela Vinhal e Silvia Ribeiro publicada no portal UOL
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil