A Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) ficou em primeiro lugar no ranking das instituições financeiras de desenvolvimento para carteira de crédito, com pontuação 43,22.
Enquanto isso, o poderoso BNDES ficou em segundo, com 30,40 em um uma pontuação de 100.
Mas, é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que lidera no quesito investimento (21 pontos) e no ranking geral.
O BNDES conquistou a maior pontuação: 29,1 de 100 pontos de avaliação. A Afeam é a segunda no ranking geral, com 21,5 pontos.
Já o Banco da Amazônia (Basa) ficou em quarto lugar, no ranking geral, com 18,4 na pontuação.
Os dados, divulgados mostram que apenas o BNDES conseguiu nota superior a 29, em uma escala que vai de 0 a 100, entre as 22 instituições financeiras de desenvolvimento analisadas, sendo todos os seis bancos de desenvolvimento e 16 agências de fomento brasileiras, entre elas a Afeam.
De acordo com a Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis, responsável pelo levantamento, os bancos de desenvolvimento e as agências de fomento têm avançado pouco na agenda socioambiental e climática, de acordo com os resultados deste segundo ciclo do ranking de atuação socioambiental de instituições financeiras.
Dessa forma, o ranking anual avalia, em diferentes momentos, os vários segmentos do mercado financeiro: bancos comerciais, de investimentos e cooperativos, bancos de desenvolvimento e agências de fomento, seguradoras, entidades de previdência e gestoras de investimentos.
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Agenda socioambiental
Com o ranking, a ideia é, além de apresentar os resultados, contribuir para o aprofundamento da agenda socioambiental e climática no setor financeiro, estimulando reflexões e mudanças de postura, pois poucas instituições financeiras no Brasil realmente colocam em prática o que declaram publicamente em compromissos voluntários na agenda de responsabilidade ambiental, social e de governança.
Na avaliação da diretora executiva e técnica da Soluções Inclusivas Sustentáveis, Luciane Moessa, que coordena o levantamento, as instituições não tiveram alta pontuação basicamente porque não divulgam informações sobre essa questão socioambiental, diferentemente de alguns bancos privados, que o fazem.
“Devem existir situações de negativa de crédito, acredito, mas as instituições avaliadas não divulgam nem nos passaram essas informações. E esse, com certeza, é um dos critérios mais importantes, já que indica a seriedade do processo de gestão de riscos”, afirmou Luciane.
Outro destaque negativo é a pouca consideração de indicadores socioambientais específicos por setor econômico, em que as instituições financeiras acabam se saindo até pior do que alguns dos grandes bancos comerciais, avaliados no primeiro ciclo.
Crédito verde
Outros pontos levados em conta na avaliação incluem: ações de mitigação de riscos socioambientais, monitoramento desses riscos, governança, produtos financeiros com impacto ambiental ou social positivo e a composição do portfólio.
Um dado relevante na questão dos produtos financeiros com impacto positivo é que, no universo de instituições públicas, o percentual de linhas de crédito verde, microcrédito, fundos e títulos verdes no geral é maior do que nos bancos privados.
“É maior porque eles têm mais compromisso em financiar atividades que gerem impacto social, ambiental e climático positivo”, disse Luciane.
Foto: Divulgação