O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse hoje (9), durante audiência no Senado, que o governo já bloqueou neste ano R$ 140 milhões de contas bancárias de garimpeiros ilegais e de seus financiadores.
De acordo com ele, esse é o resultado das operações realizadas na Amazônia desde o início do ano, sobretudo na terra indígena ianomâmi, entre os estados de Roraima e Amazonas.
“[Isso é] fruto de operações realizadas neste ano, mostrando, portanto, o peso desse mercado ilegal, que ameaça inclusive nossa soberania”, afirmou o ministro.
Dino explicou que já está na Casa Civil um projeto elaborado pela sua pasta para sanear a cadeia do ouro no país.
“Sobre o rastreamento do ouro, recentemente o Supremo [STF – Tribunal Federal] julgou uma ação declarando inconstitucional a lei que tratava da presunção da boa-fé da origem do ouro. Fixou um prazo de 90 dias para nova regulação, o ministério elaborou uma proposta que aportará em breve nesta casa”.
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Estrangeiros e infiltrados
Sobre a terra ianomâmi, o ministro afirmou que 80% do trabalho de desintrusão já foi concluído.
“É muito importante que vocês saibam que, no atual momento, nós estamos enfrentando líderes que são faccionados, que não são garimpeiros artesanais. Na região há infiltração de quadrilhas”.
Conforme o ministro, um dos garimpeiros que morreram no confronto com agentes da Polícia Federal tinha uma ficha criminal extensa. “Há, inclusive, pessoas de outros países”.
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Operação em nova fase
Nesta quarta-feira (10), o ministro afirmou que as operações entram em nova fase para retirar os garimpeiros ilegais quem ainda resistem na região.
“Nós queremos sempre o caminho conciliatório, mas obviamente quando é necessário usar a força, eventualmente, nós temos essa possibilidade. Infelizmente, nós temos momentos em que o poder coercitivo do estado é necessário”.
Foto: Pedro França/Agência Senado