No dia 15 de maio, uma mulher que afirma ter sido funcionária do ex-advogado de Donald Trump e ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, apresentou uma queixa-crime contra ele por agressão sexual. De acordo com o documento apresentado pela denunciante, Giuliani teria feito comentários impróprios e a assediado de forma contínua durante o período em que ela trabalhava sob sua supervisão, inclusive forçando-a a realizar sexo oral. A denúncia também menciona uma dívida de quase US$ 2 milhões em salários não pagos pelo advogado.
Embora a ação não mencione explicitamente o estupro, a mulher descreve uma cena em que Giuliani a teria obrigado a fazer sexo oral durante uma festa em sua residência em Manhattan.
O ex-prefeito negou veementemente as acusações, e seu porta-voz ressaltou seu histórico de serviços prestados à população. Inicialmente, o advogado de Giuliani havia negado que a denunciante tivesse trabalhado para ele.
A denunciante incluiu capturas de tela de mensagens de texto impróprias supostamente enviadas pelo ex-prefeito, além de alegar ter gravado diversas declarações de teor sexual, bem como comentários sexistas, racistas e antissemitas feitos por ele.
Os advogados da denunciante recusaram-se a tornar essas supostas evidências públicas, alegando que fazem parte do processo.
Segundo a queixa, Giuliani teria começado a fazer avanços sexuais sobre a mulher assim que ela foi contratada, o que incluía beijá-la no banco de trás de um carro em seu primeiro dia de trabalho e exigir que ela satisfizesse suas necessidades por sexo, muitas vezes enquanto ele atendia chamadas em viva-voz de pessoas importantes, incluindo o então presidente Trump.
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Além das acusações de agressão sexual, a mulher está processando Giuliani por não ter pago os salários prometidos. De acordo com ela, mesmo após um acordo em relação ao divórcio do advogado em dezembro de 2019, ela recebeu apenas US$ 12 mil, deixando uma dívida de aproximadamente US$ 1,98 milhão pelos serviços prestados.
Por fim, a denunciante alega que Giuliani não cumpriu uma promessa de representá-la gratuitamente em um caso prolongado de violência doméstica envolvendo seu ex-parceiro, que ela afirma tê-la estuprado e jogado escada abaixo.
O ex-parceiro, por sua vez, alega ser vítima de agressões físicas e assédio, tendo respondido à ação judicial original com um processo por difamação. Em 2016, a denunciante concordou em receber US$ 10 mil por suas alegações no âmbito desse caso.
Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York entre 1994 e 2001, ganhou popularidade por sua resposta aos ataques de 11 de setembro. Ele teve ambições presidenciais, mas não obteve sucesso nas primárias do Partido Republicano em 2008.
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Foto: reprodução EL PAIS