Hapvida não cumpre acordo e MP-AM apura denúncias de pais de autistas

As dificuldade para marcação de consultas e terapias continuam, além das longas filas de espera por atendimento

Defensoria do AM investiga Hapvida por má prestação de serviços

Ferreira Gabriel

Publicado em: 17/05/2023 às 12:37 | Atualizado em: 17/05/2023 às 12:40

O MP-AM (Ministério Público do Amazonas) vai abrir novo procedimento contra a empresa de saúde Hapvida após receber denúncias de pais de autistas de descumprimento de acordo para melhorar o atendimento ao consumidor.

Conforme as denúncias, permanecem as dificuldade para marcação de consultas e terapias, por exemplo. Sem contar que os clientes são submetidos a longas filas de espera por atendimento.

São as mesmas situações que levaram o MP-AM a intimar a Hapvida para um acordo de ajustamento de conduta, que não está sendo honrado pela empresa, conforme o órgão público.

Dessa forma, por meio dos promotores Lincoln Queiroz e Sheyla Santos, de defesa do consumidor, o MP se reuniu com os pais dos autistas nesta terça (16) e vai apurar o descumprimento do acordo.

A Hapvida, portanto, havia dado sua palavra de que daria tratamento adequado aos autistas em suas unidades no Amazonas.

“Com o termo de ajustamento de conduta firmado em janeiro pareceu que a gente ia ter sim celeridade nos atendimentos, que a gente ia ter expertise nos atendimentos, mas nós estamos em maio e as coisas infelizmente não avançaram”, disse Marco Aurélio Leitão, pai de uma criança de 2 anos.

Leia mais

Hapvida é condenada a indenizar consumidor no Amazonas

Hapvida fecha primeiro trimestre com prejuízo de R$ 341,6 milhões

Providências imediatas

De acordo com o MP, a primeira providência é fazer audiências para apurar as denúncias. Ao mesmo tempo, cobrar da Hapvida o cumprimento das obrigações firmadas no acordo.

Como resultado, a empresa terá que prestar esclarecimentos e, enquanto corre a investigação, apresentar um plano para corrigir as irregularidades na prestação de serviços contratados pelos clientes.

“Nós pensamos até no ajuizamento de uma ação coletiva, mas nesse primeiro momento não seria razoável, porque são casos muito específicos e que realmente merecem uma atenção individualizada por parte do Ministério Público”, disse Sheyla Santos.

Foto: Evandro Seixas/DPE