Jurados justificam polêmica nota baixa à sinhazinha do Caprichoso
Apresentação do item na segunda noite foi julgada como apropriação cultural
Mariane Veiga
Publicado em: 09/07/2023 às 20:44 | Atualizado em: 09/07/2023 às 20:44
Segundo jurados do 56° Festival Folclórico de Parintins, a figura da orixá Oxum representada pela sinhazinha da fazenda do Boi Caprichoso, na segunda noite do festival, no dia 1° de julho, foi considerada uma apropriação cultural.
Nota atribuída ao item pelo jurado Marco Aurélio da Cruz Souza, doutor e mestre em Dança pela Universidade de Lisboa (Portugal), por exemplo, foi 9,5.
Dessa maneira, os árbitros justificaram a avaliação ao item de Valentina Cid, no caderno de votação que se tornou público, na última quinta-feira (6).
De acordo com publicação da Revista Cenarium, a advogada e ativista do movimento negro, Luciana Santos, avaliou que a encenação da filha do dono da fazenda, caracterizada como orixá, apontava para o apoderamento afrocultural e epistemicídio, quando uma cultura se sobrepõe à outra.
Dassuem Nogueira, na sua coluna ‘Uma antropóloga na ilha‘, no BNC Amazonas, foi a primeira a levantar a questão.
Marco Aurélio disse ter estranhado o contexto apresentado pelo bumbá, o que causou, para ele, “impressão negativa de apropriação cultural”.
“A relação da personagem sinhazinha com Oxum causou grande estranhamento, apesar de visualmente lindo. O estranhamento se deu por não apresentar nenhuma aproximação com a cultura local do quadro. Deu a impressão negativa de apropriação cultural”, justificou o avaliador.
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Foto: Reprodução/internet