Uma comissão de aprovados em concurso público da Polícia Civil do Amazonas de 2021 e que concluíram curso de formação no último mês de fevereiro reivindica agora do Governo do Estado a nomeação para os respectivos cargos.
Por meio de um ofício, eles argumentam que é alta a defasagem de delegados, escrivães, investigadores e peritos. Uma das causas que apontam para o rombo no efetivo foi justamente o longo período sem concurso para o órgão. O último foi em 2009, afirmam.
Como resultado, desde então não há nomeação de novos policiais civis. Dessa forma, o quadro de todos os cargos na quarta classe, a inicial da carreira, tem deficiência de pessoal.
O de delegado, por exemplo, prevê 195, mas hoje há apenas 56. Pior é no cargo de investigador, que tem apenas 288 ocupando vagas das 900 previstas. E assim acontece em todos os cargos, conforme a comissão.
De acordo com o levantamento que apresentam, o quadro total de cargos na quarta classe previsto para a Polícia Civil é de 1.653 profissionais. Atualmente, só 589 estão efetivos.
Dessa forma, a comissão aponta ao governo que hoje existem 1.064 vagas a serem preenchidas pelos aprovados em concurso.
Ainda que todos os já formados em curso fossem chamados, que são 644, a polícia continuaria com um quadro altamente deficitário, segundo alegam no pedido de nomeação.
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Atuação prejudicada
Para ilustrar o quadro deficitário da Polícia Civil, a comissão aponta que, em alguns municípios, há um policial a cada 20 mil habitantes.
Em suma, o pedido é também um alerta de que a contribuição da polícia judiciária para a segurança pública do Amazonas fica prejudicada diante da escassez de pessoal.
O documento ao governo é datado de maio deste ano.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil