De acordo com levantamento do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), o acesso a profissionais da saúde na Amazônia, principalmente para especialistas como cardiologistas e oncologistas, é três vezes menor em comparação ao restante do Brasil.
Da mesma forma, dentistas, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos também são considerados escassos, conforme consulta de atores locais feita em campo, em março de 2023, pelo Projeto Saúde na Amazônia.
Isabela Ramos, consultora do IEPS, diz que a escassez desses profissionais no território está relacionada a diferentes causas, como as condições de trabalho, infraestrutura, financiamento e disponibilidade de acesso à região.
Dessa forma, há ainda a dificuldade dos profissionais no manejo das demandas típicas de saúde da região amazônica, segundo o estudo.
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Desigualdades saúde
Santarém, no oeste do Pará, é um exemplo para pensar as desigualdades na saúde nesse território, segundo a representante do IEPS.
O município possui áreas urbanas, de planalto e de rios, que impactam o acesso das equipes de saúde à região.
As distâncias para acesso aos serviços são muito significativas, sobretudo para os serviços de urgência e emergência, diálise e quimioterapia.
Muitas unidades de saúde têm dificuldades com a conservação de medicamentos e apenas 49% delas possuem conexão com a internet.
“Dada essa complexidade, há necessidade de refletir sobre modelos assistenciais de saúde que tenham condições de dialogar horizontalmente com os territórios amazônicos. São fundamentais ações que permitam incorporar saberes dos povos indígenas e tradicionais, inovações locais nas linhas de cuidado, práticas voltadas ao financiamento climático e integração de tecnologias de saúde que possam transpor barreiras socioeconômicas, culturais e geográficas na expansão e melhoria da rede de serviços de saúde”, aponta Isabela Ramos.
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Foto: Alejandro Zambrana/Sesai/MS