Governo Lula incinerou 36 milhões de vacinas vencidas herdadas de Bolsonaro
Ex-presidente trabalhou abertamente contra a confiança em vacinas. Dessa forma, Brasil teve queda histórica na cobertura vacinal

Mariane Veiga
Publicado em: 23/07/2023 às 13:16 | Atualizado em: 23/07/2023 às 13:25
Pelo menos 36 milhões de vacinas compradas pelo governo Jair Bolsonaro (PL), herdadas pela gestão Lula da Silva (PT) já vencidas ou prestes a perder a validade, foram incineradas pelo Ministério da Saúde.
No primeiro semestre deste ano, uma média de 200 mil doses foram descartadas ao dia.
A informação é do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles. Do contingente total, 66% das vacinas são de covid-19, com 24,3 milhões de doses.
Em seguida, com 15%, a vacina tríplice, ou DTP (difteria, tétano e coqueluche), com 5,6 milhões de doses.
A vacina contra febre amarela, com 3,3 milhões de doses incineradas, representou 9% do total.
Também foram descartadas vacinas contra raiva canina; BCG (tuberculose grave); hexavalente (difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, hepatite B e Hib); catapora; tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e catapora); e cólera.
Todas essas doses destruídas foram compradas pelo governo de Jair Bolsonaro, que fazia ataques públicos à vacinação contra a covid, na contramão de regras sanitárias básicas e internacionais.
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Ações emergenciais
O Ministério da Saúde afirmou que conseguiu salvar outras 12,3 milhões de vacinas com ações emergenciais neste semestre, obtendo uma economia de R$ 251 milhões.
“O Ministério da Saúde reitera o seu compromisso com o bem público e reforça que o esforço na utilização e distribuição dos insumos de saúde é um ato de respeito à população e responsabilidade com o povo brasileiro”.
Queda cobertura vacinal
Nos últimos anos, a taxa de vacinação no país caiu a índices alarmantes. Até 2014, a cobertura vacinal passava de 90%. Em 2017, o Brasil ostentava a segunda maior cobertura vacinal infantil do mundo.
Já em 2021, com Bolsonaro trabalhando abertamente contra a confiança em vacinas, só 60% das crianças foram imunizadas contra hepatite B, tétano, difteria e coqueluche.
No ano seguinte, o Brasil entrou para a lista dos 10 países com mais meninos e meninas com o cartão de vacina atrasado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Foto: Carolina Antunes/Presidência da República