Após 24 horas de tensão, chegou ao fim na manhã desta quinta-feira (27/7) a rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco.
Fontes da Polícia Civil confirmaram a descoberta de cinco corpos no interior da unidade, e uma equipe do Instituto Médico Legal da capital acriana foi acionada para identificá-los e recolhê-los.
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM entrou na unidade prisional por volta das 10h (horário local) para recolher as armas dos amotinados e fazer uma varredura no local, após uma noite inteira de negociações.
A rebelião teve início na manhã de quarta-feira (26/7), quando um grupo de presos, vinculado a uma organização criminosa de São Paulo, rendeu um guarda penitenciário, ferindo-o com um tiro no rosto, e fez outro como refém.
O grupo conseguiu acessar a sala onde os agentes penais guardam armamento, pegando fuzis e mais de 20 pistolas.
O objetivo dos amotinados, confirmado pelo secretário adjunto de Segurança Pública do estado, coronel Evandro Bezerra, era confrontar uma facção rival composta por criminosos locais.
Durante o conflito interno entre detentos de organizações criminosas rivais, dois presos ficaram feridos e foram levados ao pronto-socorro, com um deles já tendo recebido alta.
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O governo estadual montou um gabinete de crise para gerenciar as negociações no presídio, e o governo federal ofereceu ajuda, incluindo a possibilidade de enviar agentes da Força Nacional para o Acre, após contato do ministro da Justiça, Flávio Dino, com o governador Gladson Cameli (PP).
Durante todo o período em que o presídio esteve sob controle dos presos, nenhuma informação sobre os mortos foi divulgada pelo gabinete de crise.
Segundo investigadores, pelo menos três corpos foram encontrados decapitados, revelando a violência característica da guerra entre facções criminosas em todo o país.
Um grupo ligado ao PCC, de São Paulo, invadiu uma ala controlada pela facção local B13, iniciando a chacina. A facção atacada controla diversos bairros na periferia de Rio Branco e está em disputa territorial com o PCC. Por esse motivo, o policiamento na capital acriana foi reforçado para evitar retaliações.
Do lado de fora do presídio, parentes dos presos fizeram uma vigília em busca de informações sobre a rebelião.
Mais de 200 agentes da PM, da Polícia Civil, do Instituto de Administração Penal do estado e da Polícia Rodoviária Federal reforçaram a segurança do perímetro do complexo penitenciário, bloqueando estradas para evitar tentativas de fuga.
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