BR-319: em seis anos, ramais na floresta desmataram 2 mil quilômetros

Pesquisa aponta que desmatamento faz a extensão da rede de ramais ser seis vezes maior que a da rodovia

Publicado em: 02/08/2023 às 23:08 | Atualizado em: 02/08/2023 às 23:21

Conforme estudo do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), a rede de ramais da BR-319 desmatou 2.061 km, entre os anos de 2016 e 2022.

De acordo com a pesquisa, a rede de ramais é 5,8 vezes maior que a extensão total da estrada.

Para fazer o mapeamento, foram utilizadas imagens de satélites e bancos de dados públicos.

“A BR-319 viabiliza o surgimento e expansão de ramais e, juntamente com a BR-230, são os principais vetores de desmatamento nesses municípios. É notável que o processo de abertura e expansão dos ramais continua em andamento e, dada sua associação com a grilagem de terras, degradação florestal e desmatamento, é fundamental que ações efetivas de comando e controle sejam implementadas por parte dos órgãos responsáveis”, afirmou a consultora do Idesam, Tayane Carvalho.

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Segundo o levantamento, a maior rede de ramais mapeada se encontra em Canutama, com 1.755,7 km, seguido por Manicoré, com 1.704,1 km; Humaitá, com 1455,6 km; e Tapauá, com 176,8 km.

O ano com a maior taxa de crescimento de ramais permaneceu sendo 2020, com aumento de 16% em relação a 2019. Isso significa que 627 km de ramais foram abertos somente naquele ano.

Apesar de despontar na lista como o município com a maior rede de ramais mapeadas, Canutama teve o menor crescimento de ramais entre 2016 e 2022, e demonstrou redução considerável nos anos de 2021 e 2022, com a menor taxa registrada (3%) entre os quatro municípios avaliados.

Já Manicoré se consolidou na segunda posição do ranking com cerca de 96,6 km de ramais abertos entre 2016 e 2022.

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Foto: Reprodução/Portal Mário Adolfo