Na terra da Cúpula da Amazônia, indígenas são atacados a tiros

Pouco antes da cúpula da Amazônia, indígenas são alvejados em ataques armados, denuncia Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH).

Os ataques visaram membros da etnia tembé da comunidade Turé Mariquita, em Tomé Açu (Pará). A cúpula é vista pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um importante marco de política externa em 2023, buscando reafirmar a soberania estatal na região.

Os ataques aconteceram durante uma missão emergencial do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) destinada a investigar denúncias de violações aos direitos humanos na região. O CNDH é um órgão colegiado voltado à promoção e defesa dos direitos humanos no Brasil, composto por representantes de diversas instituições.

O ataque deixou três feridos, incluindo duas jovens mulheres e um jovem de 23 anos, Felipe Tembé. Mesmo baleado nas costas, Felipe foi detido pela polícia e permanece preso.

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O cacique da comunidade relatou com tristeza que seu filho, uma criança, também foi ferido durante os conflitos na região. Em contrapartida, o Grupo BBF (Brasil BioFuels) afirmou que sua propriedade privada em Tomé-Açu foi invadida por indígenas armados, resultando em incêndios e destruição de equipamentos e edificações da empresa.

A empresa alega que a equipe de segurança privada conseguiu conter a situação e aguarda resolução do caso por meio das vias judiciais e da segurança pública estadual.

A conselheira do CNDH, Virgínia Berriel, relatou que a rodovia foi bloqueada durante a missão da delegação, que contava com representantes da ONU, Ministério Público do Trabalho e diversas entidades de direitos humanos.

O ato foi considerado uma tentativa de obstrução à investigação. Estes episódios ocorrem em meio a um contexto de preocupações crescentes com os direitos dos indígenas na região da Amazônia, ampliando o debate sobre a preservação dos direitos humanos e a soberania territorial.

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Foto: divulgação/CNDH