A Hutukara Associação Ianomâmi cobrou, em ofício, investigação sobre o vídeo que mostra crianças Ianomâmis amarradas por garimpeiros ilegais em um acampamento dentro do território da etnia.
A associação diz que são, ao menos, três crianças amarradas, com os braços presos por cordas, em uma viga de madeira. A denúncia foi feita na quarta-feira (20).
No vídeo, que foi gravado por um dos garimpeiros, é possível ver que os indígenas estão em um acampamento montado no meio da floresta. Durante a ação, um dos garimpeiros pede para que “tragam os mokaua [armas]” para o barracão.
O pedido de investigação é endereçado ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI), à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai ), Polícia Federal, Ibama, 1ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro e Ministério Público Federal (MPF) em Roraima.
O MPF informou que recebeu a comunicação e está em contato com as instituições “responsáveis pela desintrusão no território Yanomami para saber quais medidas serão adotadas para proteção das comunidades indígenas”.
Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) confirmou que algumas das vítimas eram crianças e reafirma o “compromisso com a defesa e proteção aos territórios indígenas”.
No ofício, a associação relatou que o caso aconteceu nas proximidades da pista da Bateia, na região de Surucucu. Os indígenas são da região do Hakoma, onde há a presença de garimpeiros e altos níveis de contaminação por mercúrio.
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Foto: Hutukara/Divulgação