A denúncia da conselheira Yara Lins, que relatou ter sido alvo de agressão verbal por um colega do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM ), ganhou destaque nos mais altos escalões da Justiça brasileira. O caso foi levado ao conhecimento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informou a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) em suas redes sociais.
A senadora destacou a gravidade da violência política de gênero e ressaltou que a mesma é hoje considerada uma ação penal pública incondicionada à representação, o que significa que pode resultar em medidas legais sem necessidade de representação formal da vítima.
A senadora afirmou que o ministro Moraes demonstrou sensibilidade em relação ao avanço desse tipo de crime.
O episódio que originou a denúncia aconteceu durante a eleição que reconduziu Yara Lins à presidência do TCE-AM.
A conselheira alega ter sido vítima de misoginia, sendo chamada de “safada” e “cachorra” por um colega conselheiro, o conselheiro Ari Moutinho. A denúncia foi feita durante uma coletiva de imprensa na Delegacia Geral do Amazonas.
Yara Lins, que há seis anos se tornou a primeira mulher a presidir o Tribunal de Contas do Amazonas, foi eleita para mais um mandato de dois anos na presidência da instituição.
A atual direção do TCE-AM, liderada por Érico Desterro, afirmou não ter participado da sessão em que Yara foi eleita e que não recebeu comunicação prévia sobre o incidente.
Eles também destacaram as medidas de integridade institucional e combate ao assédio implementadas nos últimos dois anos no órgão.
O conselheiro Ari Moutinho ainda não se manifestou sobre o caso.
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A denúncia
No dia seguinte a ter sido eleita presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), Yara Lins anunciou que vai à Delegacia-Geral da Polícia Civil.
Não será uma visita de cortesia. Ela vai à polícia para divulgar “informações graves e de extremo interesse público”.
É o que promete um chamado para entrevista à imprensa que a conselheira disparou no início da noite desta quinta (5).
Sobre o assunto que vai tratar na polícia, Yara deve revelar às 9h, na sede da Delegacia-Geral.
Não há, portanto, outro detalhe no convite.
Mas, nos bastidores do TCE-AM, circula informação de que a conselheira vai denunciar um colega de corte.
Os conselheiros, porém, estão evitando falar com a mídia.
Foto: divulgação (Arquivo)/TCE-AM