Lobo se apresenta à PF e é o quinto ex-secretário preso na Custo Político

Publicado em: 14/12/2017 às 19:28 | Atualizado em: 14/12/2017 às 19:36

Por Rosiene Carvalho, da Redação

 

O ex-secretário de Fazenda Afonso Lobo se apresentou por volta das 18h30 desta quinta-feira, dia 14, à Superintendência Polícia Federal, no Dom Pedro, Zona Centro-Sul de Manaus, e é o quinto ex-secretário preso na operação Custo Político.

Ele deve passar pelos mesmos procedimentos a que foram submetidos os demais presos e levado ao Centro de Detenção  Provisória Masculino 1 (CDPM 2), onde estão os demais presos. 

Afonso Lobo teve a prisão preventiva decretada pela juíza Ana Paula Serizawa na Operação da Polícia Federal “Custo Político”, deflagrada nesta quarta-feira em Manaus e em outros quatro estados.

O BNC apurou que Afonso Lobo demonstrava abatimento no momento em que foi preso na carceragem da Polícia Federal.

Amigos do ex-secretário informaram que ele se sente mais uma vez injustiçado e relatou que, durante o retorno dele de Humaitá, onde estava no dia da operação, para Manaus relembrou a Operação Saúva.

Na ocasião, Afonso Lobo era subsecretário de Fazenda e foi um dos presos. Os mesmos amigos de Lobo, que também pediram para não ser identificados pela reportagem, relataram que ele disse “confiar na justiça” e que vai “mais uma vez vai provar sua inocência como ocorreu na Operação Saúva”.

A Polícia Federal amanheceu na quinta-feira na casa dos ex-secretários investigado na Operação Custo Político.  Apenas Afonso Lobo não foi encontrado e preso na manhã de ontem, porém,  segundo a assessoria de comunicação da Polícia Federal, foram cumpridas medidas de busca e sequestro de bens dele na quinta.

Lobo requisitou que seus advogados comunicassem à Justiça Federal que ira se apresenta até o final da tarde desta quinta-feira.

 

Operação Custo Político

A operação “Custo Político”  é um desdobramento da operação “Maus Caminhos” e atingiu, segundo a PF, os agentes públicos e políticos responsáveis por compactuar, proteger e até livrar os membros da organização criminosa de fiscalização dos órgãos de controle.

Os ex-secretários de Saúde presos são suspeitos de recebimento de propina.  De acordo com o Ministério Público Federal, as propinas pagas com dinheiro público chegam à soma de R$ 20 milhões, entre 2014 e 2016.

Na operação deflagrada na manhã desta quarta-feira, 13, foram presos quatro ex-secretários de Estado do Governo José Melo: Wilson Alecrim e Pedro Elias, da Susam; Raul Zaidan, Casa Civil; e o secretário de Governo e irmão do ex-governador Evandro Melo.

Destes, todos foram presos preventivamente (sem data para serem soltos). Apenas Zaidan foi  alvo de um decreto de prisão temporária de cinco dias.

A operação Maus Caminhos, de acordo com a PF, desarticulou uma organização criminosa que desviou, entre 2014 e 2016, R$ 100 milhões dos cofres públicos do Estado, liderada pelo médico Mouhamad Mostafa.

 

Informações do MPF:

Os crimes

Os pareceres do MPF encaminhados à Justiça, embasados nas investigações policiais, apontam que 22 agentes públicos estão envolvidos nos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo o MPF, os investigados eram pagos com dinheiro público para acobertar e colaborar com os desvios de verba feitos pelo grupo liderado por Mouhamad Moustafa, principal réu da operação Maus Caminhos.

Moustafa também foi preso preventivamente nesta manhã. O nome da operação faz referência à expressão usada  por ele para denominar a propina paga aos ex-secretários.

 

Medidas judiciais

Durante a operação, executada em Manaus, Recife, São Paulo e Brasília, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, nove mandados de prisão temporária, 27 mandados de busca e apreensão, 27 conduções coercitivas e 18 mandados de sequestro de bens móveis e imóveis.

 

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