O presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Márcio André Brito, disse, nesta quinta-feira (26), que existem hoje no país cerca de 2.600 laboratórios acreditados. Esses laboratórios realizam ensaios do ar-condicionado, da geladeira, dos bens do polo de duas rodas da Zona Franca de Manaus (ZFM). Enquanto isso, no Amazonas, são apenas 3 laboratórios. A declaração ocorreu na abertura da conferência da Eletros, em Manaus,
“Precisamos reverter esse cenário. Por isso, lançamos o Programa de Desenvolvimento Regional (Prodic), cujo principal objetivo é acreditar essas estruturas no Amazonas. Então, procuramos a Universidade do Estado do Amazonas (UEA ). Com ela, realizamos um termo de cooperação técnica, onde o Inmetro irá acreditar laboratórios da UEA. Portanto, ela será a primeira universidade do Norte a receber essa estrutura”, informou Márcio Brito.
A importância e o futuro do 2º maior polo fabricante de ar-condicionado no mundo estão no centro da conferência da Eletros – endidade da indústria de eletroeletrônicos. Com sede na Suframa, em Manaus, o evento acontece nesta quinta (26) e sexta-feira (27).
Na cerimônia de abertura, na manhã desta quinta-feira, Márcio André Brito, destacou o papel e importância do instituto para o setor produtivo da Zona Franca de Manaus (ZFM).
O evento contou ainda com as presenças do governador do Amazonas, Wilson Lima, do prefeito de Manaus, David Almeida e do superintendente da Suframa, Bosco Saraiva,
“Não tem como facilitar o ambiente de negócios da indústria se não promovermos uma infraestrutura da qualidade. Logo, é nesta direção que o Inmetro está avançando, principalmente desenvolvendo as regiões”, destacou Brito.
O presidente do Inmetro, Márcio André Brito, fala na abertura da Conferência da Eletros em Manaus.
Leia mais
Polo industrial de Manaus
Segundo ele, o objetivo do Prodic é atender o polo industrial a fim de diminuir o custo Brasil e o custo do Amazonas, já que a maioria das indústrias precisa recorrer a laboratórios do Sul e Sudeste para realizar seus ensaios.
“Precisamos trazer essa estrutura para o Amazonas, aumentar o escopo na certificação de origem, aproveitar a oportunidade técnica para certificar os produtos de origem, fabricados principalmente setor primário. Com isso, com essa aproximação, vamos melhorar o ambiente de negócio do setor produtivo”, ressaltou Brito.
Etiquetagem
O dirigente do Inmetro tratou ainda das inovações em construção e citou como fato concreto o Programa Brasileiro de Etiquetagem
“Aquela etiqueta que fica na frente do ar-condicionado, geladeira e outros produtos é produto de um trabalho realizado a seis mãos: com o setor produtivo, Eletros e Inmetro. Isso é para facilitar e utilizar a produção sustentável em nível de mercado sobretudo fomentar a economia”, disse Márcio Brito.
Ao final do discurso de abertura, na conferência da Eletros, o presidente convidou os presentes para as comemorações dos 50 anos do Inmetro a ocorrer em 11 de dezembro de 2023.
Eficiência energética
Além da fala de Márcio Brito, na abertura da conferência “Indústria brasileira de ar-condicionado da Eletros, o Inmetro também participou de um dos painéis de debate: Eficiência energética: regulamentação e tendências. E quem tratou desse tema foi a chefe da divisão de Planejamento Estratégico, do Inmetro, Danielle Assafin.
“Quando eu fui conhecendo melhor setor, vi que a gente está falando das maiores marcas de ar-condicionado do mundo, muitas delas até criadas originalmente no Brasil. Vi que estavam produzindo ar-condicionado em plena Amazônia. Isso, para mim, sempre foi um case”, disse.
Marco regulatório
Segundo Assafin, esse é um momento oportuno porque a indústria está às vésperas de um importante marco para a regulamentação de eficiência energética dos condicionadores de ar.
Isso porque, a partir de janeiro de 2024, portanto, daqui a dois meses, todos os modelos do aparelho, não importa a capacidade, vão ter que ostentar a nova etiqueta de eficiência energética.
De acordo com a palestrante, em julho de 2020, o Inmetro publicou uma portaria, com a revisão da etiqueta dos condicionadores de ar. Ela estabeleceu uma nova etiqueta, nova média e níveis de classificação de licença energética. Em suma, isso representou uma mudança importante para todo o setor dos eletrodomésticos ou linha branca.
Dois prazos
Ainda, segundo Danielle Assafin, o Inmetro trabalha com dois prazos. Primeiramente, o de janeiro de 2023, com produtos de até 36 mil BTU, que tem de ostentar a nova etiqueta, quando produzidos, fabricados e importados, desde janeiro desse ano. Mas, os produtos maiores, acima de 36 mil BTU, também tiveram uma extensão de prazo.
“Então, por isso, a gente precisa comemorar. Pois, a partir de janeiro de 2024, todos os modelos de ar-condicionado precisam ostentar a nova etiqueta de eficiência energética”, concluiu Assafin.
A chefe de Planejamento Estratégico, do Inmetro, Danielle Assafin, em painel sobre eficiência energética.
Foto: divulgação