Amazônia: PF e Ibama apreendem mercúrio para uso em garimpos

Os estados-alvos foram Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso

Ferreira Gabriel

Publicado em: 08/11/2023 às 20:56 | Atualizado em: 09/11/2023 às 17:07

A operação Hermes 2, realizada hoje por 170 agentes da Polícia Federal (PF) e Ibama nesta quarta (8), apreendeu cerca de 150 quilos de mercúrio para uso por garimpeiros de ouro na Amazônia.

Os estados-alvos foram Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso.

Além desse crime contra o meio ambiente, a operação foi contra organização e associação criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental e lavagem de dinheiro.

Os crimes em apuração estão relacionados ao contrabando e acobertamento de mercúrio, que tem por destino final o abastecimento de garimpos em estados da Amazônia (Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Pará).

A operação Hermes 1, deflagrada em dezembro do ano passado, foi a maior operação policial do país deflagrada para desarticulação de uso ilegal de mercúrio. O ponto de partida foi a investigação de uma empresa com sede em Paulínia (SP), que utilizava criminosamente de suas atividades autorizadas para produzir créditos falsos de mercúrio em sistema do Ibama.

A partir da análise de milhares de fontes bases (documentos e dispositivos eletrônicos), durante mais de dez meses, a PF identificou uma extensa cadeia organizada de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema ilegal de comércio de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia e retirou sete toneladas de créditos de mercúrio dos sistemas do Ibama.

A fase 2 da operação, de hoje, visa aprofundar as investigações, buscando provas do funcionamento desse esquema, do envolvimento dessas pessoas, especialmente os principais responsáveis pelo comércio e os respectivos compradores finais do mercúrio ilegal, além de identificar o patrimônio construído para ocultar a atividade ilícita e os ganhos oriundos dela.

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Apreensão de R$ 2,9 bi

Foram determinados 34 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça federal de Campinas, em cidades dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo.

Além das buscas, foi decretada pela Justiça a imposição de fianças de 200 salários mínimos e o sequestro e indisponibilidade de bens dos investigados em montante superior a R$ 2,9 bilhões, com o objetivo de reparar os danos ambientais causados.

Foto: Divulgação