O Amazonas apresentou uma das maiores quedas (40%) no desmatamento na Amazônia entre agosto de 2022 a julho de 2023, segundo dados do Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Rondônia (42%) é o estado com maior a maior diminuição.
Os números foram divulgados pelo governo do presidente Lula da Silva nesta quinta-feira (9) e apontam queda de desmatamento na Amazônia de 22,3%.
De acordo com o governo, a área desmatada no período de 12 meses é equivalente ao tamanho do Líbano: 9.001 km². Na edição anterior, esse número foi de 11.594 km² [agosto de 2021 a julho de 2022].
O Prodes revelou queda de 42,1% do desmatamento nos 70 municípios considerados prioritários pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que concentram 73% do desmate.
Além de Rondônia e Amazonas, houve queda de 21% no Pará, sendo que em Mato Grosso o desmatamento aumentou 9%.
O Amazonas possui nove municípios na lista dos 70 prioritários: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Itapiranga, Lábrea, Manicoré, Maués e Novo Aripuanã.
“Os estados do Pará e Mato Grosso não surpreendem por estar na liderança do desmatamento, embora já tenham muitas áreas abertas, suficientes para expandir a produção agropecuária”, afirmou Ana Carolina Crisostomo, especialista em conservação do WWF-Brasil.
O WWF Brasil afirmou que houve inversão na curva do desmatamento, que estava em alta crescente no segundo semestre de 2022.
Entre janeiro e julho de 2023, já sob a gestão do presidente Lula, houve queda de 42% do desmatamento na Amazônia.
O Prodes usa imagens de satélites mais precisas (de 10 a 30 metros) do que aquelas usadas em outro sistema do Inpe, o Deter, que emite alertas diários para apoiar a fiscalização em campo realizada por Ibama e ICMBio.
A taxa Prodes é resultado da comparação de imagens de satélite do período seco na Amazônia no ano atual com imagens do período seco no ano anterior.
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Ações
A queda do desmatamento está sendo debitada nas ações concretas do governo que aumentou a fiscalização e o controle na região.
“Os autos de infração do Ibama por crimes contra a flora aumentaram 104%, os embargos cresceram 31%, a destruição de equipamentos usados em ilícitos subiu 41%, e a estratégia de apreender gado no pasto, de alto poder de dissuasão, voltou a ser usada”, diz o Observatório do Clima.
“O discurso do presidente, de proteção à floresta, se traduziu em número e virou entrega concreta. É um resultado expressivo e que sela a volta do Brasil à agenda de clima”, disse Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório.
Contudo, ele cobrou mudança de postura do governo no parlamento. “Não adianta combater o crime no chão da floresta e fortalecê-lo no carpete do Congresso, sob o risco de vermos a celebração de hoje ficar manchada pelas derrotas nas legislações socioambientais”.
Foto: PCAM/divulgação