A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, quer cooperação entre as unidades de pesquisa na Amazônia e que elas estejam focadas na bioeconomia para impulsionar o país na reindustrialização em bases verdes.
Para isso, ela diz que o Museu Emílio Goeldi, no Pará, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), no Amazonas, terão papel estratégico.
“O Museu Emílio Goeldi, que estava completamente destroçado, injetamos imediatamente R$ 2 milhões para recuperação. Então, nós vamos atuar com o Mamirauá e o Inpa para que haja sinergia dessas instituições voltada para os desafios da bioeconomia”, disse a ministra ao BNC Amazonas.
Ela afirmou que o reforço da pesquisa será para ajudar na geração de riqueza para população da região.
“Vai de medicamentos e passando por cosméticos. Já existem experiências exitosas de empresas brasileiras que exploram positivamente essa riqueza. Afinal, precisamos da floresta em pé e precisamos que as pessoas que moram na região amazônica, 30 milhões de brasileiros, tenham qualidade de vida a altura da riqueza que é a Amazônia”.
Luciana também reforçou que estão reservados à região R$ 3 bilhões para os próximos quatro anos dentro dos programas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico.
“E tem Pró-Amazônia, o CBA (Centro de Bionegócios da Amazônia) resgatado, que é ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mas que nós temos uma interseção com esse desafio, além da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), porque estamos nesse desafio da bioeconomia, aproveitar essa biodiversidade que é ímpar no mundo e que pouco se sabe dessa biodiversidade”.
Leia mais
Subsecretaria
Luciana também falou da criação da Subsecretaria Nacional da Amazônia, que está sendo comandada pela professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Tanara Lauschner.
“Nós criamos essa subsecretaria que é uma novidade, uma mulher à frente, uma jovem que é a professora universitária Tanara, que tem a responsabilidade de conduzir essa política pública no nosso ministério. Estamos completamente sintonizados com esse desafio”.
A ministra, que é presidente nacional do PCdoB, diz que a região ganhou prioridade por conta da agenda climática, do aquecimento global e dos impactos e eventos extremos que o Brasil está sofrendo.
“Inclusive a nossa Vanessa [Grazziotin, ex-senadora do Amazonas pelo PCdoB] foi eleita para a Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA). Ela será diretora-adjunta e isso vai nos dar cada vez mais desafios para essa agenda que é tão importante para o Brasil e para o mundo”, disse.
Leia mais
G20
Com o Brasil no comando do G20, as 20 maiores economias do mundo, a ministra revela que sua pasta vai promover uma visita dos ministros da área de outros países para conheceram dois experimentos científicos no Amazonas: o Amazon Face e a Torre Alta – Atto.
O primeiro fica numa reserva do Inpa, localizada a 80 quilômetros de Manaus. O projeto analisa a reação da floresta ao aumento da concentração de gás carbônico (CO2).
A Torre Alta-Atto, também desenvolvida pelo Inpa, é uma estrutura de 325 metros de altura e três de largura, erguida em São Sebastião do Uatumã.
Os equipamentos servem para pesquisar a interação entre floresta e o clima para compreender melhor a influência da região amazônica com o clima do planeta.
Luciana diz que os ministros vão conhecer esse experimento e terão mais dois encontros.
“Um na minha terra, em Pernambuco, no Parque Tecnológico, e no Síncrotron de Luz que será no CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), em Campinas (SP)”.
Foto: Paulo Mindicello/Inpa