O resultado da produção do polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) neste começo de ano pode ser lido também por outro prisma. O de que é resposta a um Brasil que não conhece, nem faz questão de conhecer, a outra porção do Brasil. No caso, o Amazonas, a Amazônia, a região Norte.
É, portanto, o Brasil que, apegado à ignorância elevada ao nível máximo no governo de Jair Bolsonaro, vira e mexe aparece tentando acabar com o único modelo de desenvolvimento regional que o governo conseguiu legar ao norte do país.
São brasileiros do naipe do ex-ministro Paulo Guedes e, principalmente, Bolsonaro, que ensinaram como era fácil acabar com o modelo. Por exemplo, a atitude dois dois no silêncio do feriado do carnaval de 2020.
Esse Brasil é o dos políticos e empresários das regiões Sul e Sudeste, que cobiçam as multinacionais instaladas na ZFM. É uma dor de cotovelo crônica com os mais de 112 mil trabalhadores empregados nas fábricas.
É o mesmo Brasil da jornalista Míriam Leitão, do grupo Globo, que chama de absurdo os incentivos fiscais concedidos à ZFM para desenvolver a região mais pobre, e ao mesmo tempo rica, do país.
Dessa maneira, Míriam se alinha a essa gama de brasileiros que chama de gastos aquilo que dá lucro. Afinal, o polo industrial amazonense devolve em arrecadação de impostos muito além daquilo que recebe, constitucionalmente, como isenção tributária.
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Sucesso, a melhor resposta
Sem contar que a ZFM mantém-se em um nível de faturamento elevado, até mesmo em momentos de turbulência forte, como a seca histórica dos rios da Amazônia em 2023.
Apesar disso, setores de ponta da indústria da ZFM respondem com resultados muito além da média nacional, como o BNC Amazonas vem mostrando.
E aqui nem vamos citar o quanto e como é rentável o modelo para o desenvolvimento social e ambiental da região e do planeta.
Ademais, esse Brasil do lado de cá, que não se cala e nem permite ser ignorado, ainda enfrenta o Brasil do submundo do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, que trama contra a ZFM no anonimato.
Por exemplo, travam PPB (processo de produção), contingenciam recursos obrigatórios e de direito da Suframa. Dessa forma, emperram não só a ZFM, mas o país.
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Crescimento salva de vexame
Apesar disso, o Brasil de cá segue lutando contra o pesado Brasil que torce contra seu sucesso, mas que, no frigir dos ovos, acaba salvando esse Brasil deles.
Em suma, o parque industrial da ZFM cresceu quase 30% nestes dois primeiros meses do ano. E assim, desse modo, ajudou o Brasil deles de um vexame nacional.
Porquanto, essa é uma das demonstrações de que o Brasil de lá não pode prescindir do de cá.
E vice-versa!
Foto: Divulgação