O campo experimental do distrito agropecuário da Suframa, chamado campo DAS, no Km 54 da rodovia BR-174 (Manaus-Boa Vista), “desmobilizado” desde 2017, passa por análises periódicas para uso em futuros estudos relacionados a créditos de carbono.
O DAS é um dos cinco campos experimentais da Embrapa Amazônia Ocidental. Nesse experimento, atividades de pesquisa foram suspensas em razão da necessidade da redução de despesas e otimização de recursos para outras atividades.
O crescimento da vegetação e a falta de manutenção nas casas de apoio aos pesquisadores levaram os moradores do entorno especular que estivesse totalmente abandonado.
Em resposta a consulta do BNC Amazonas , a superintendência de comunicação da Embrapa, com sede em Brasília (DF), explicou os motivos do aparente abandono do local.
A área do DAS corresponde a dois imóveis: um (área norte) com 2,8 mil hectares e outro (área sul) com 2,4 mil hectares.
A maior parte do campo experimental é de floresta, condição adequada a pesquisas sobre a captura de carbono.
A área total de terras da Suframa nessa área estava destinada, originalmente, a projetos agropecuários previstos na lei de criação da Zona Franca de Manaus (ZFM), em 1967.
Mas o chamado distrito agropecuário da ZFM se tornou um grande fracasso.
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O que disse a Embrapa
Dos motivos que levaram a encerrar atividades no campo da BR-174
A Embrapa Amazônia Ocidental possui cinco campos experimentais, que dão suporte às atividades de pesquisa em diversas áreas temáticas voltadas para a sustentabilidade da agricultura. Os campos estão localizados nos municípios de Manaus, Iranduba, Rio Preto da Eva e Maués.
Um desses é o campo experimental do distrito agropecuário da Suframa, no Km 54 da rodovia BR-174.
Em razão do encerramento/conclusão das pesquisas até então ali realizadas e não havendo novos projetos com captação de recursos para desenvolvimento naquela área não foram realizados novos experimentos de pesquisa na área em questão.
Atendendo necessidades administrativas de redução de despesas e otimização dos recursos para outras atividades foi feita a desmobilização (retirada de máquinas e equipamentos) do campo, conforme decisão da Empresa, a partir de maio de 2017.
Que cultivo existia nesse campo? Quantos hectares?
A área total do campo DAS corresponde a dois imóveis, sendo um (área norte) com área de 2.861,94 hectares e outro (área sul) com 2.478,47 hectares. A maior parte do campo corresponde à área de floresta. Há uma pequena parte com prédios, vias de acesso e algumas áreas que foram cultivadas no passado.
Os estudos ali anteriormente realizados eram direcionados a alternativas de uso da terra e reabilitação de áreas alteradas, como por exemplo, pesquisas com sistemas agroflorestais e manejo florestal.
Há possibilidade desse campo voltar a funcionar com atividades de pesquisas? Quando?
Embora não estejam ocorrendo experimentos de pesquisa no campo DAS desde 2017, o local é acompanhado periodicamente pela administração da Empresa e está sendo analisado o uso da área para futuros estudos relacionados a créditos de carbono.
Quais são os experimentos realizados hoje nos campos do Amazonas?
Os diversos experimentos de pesquisa realizados pela Embrapa Amazônia Ocidental estão distribuídos nos campos experimentais da sede (município de Manaus, km 29 estrada AM-10), do Caldeirão (município de Iranduba), de Maués (município de Maués), e campo do Rio Urubu (município de Rio Preto da Eva).
Esses experimentos estão vinculados a projetos de pesquisa que atendem às prioridades estabelecidas ao planejamento estratégico desta Unidade da Embrapa. De modo geral, as pesquisas são para desenvolver soluções para a sustentabilidade da agricultura na região amazônica, nas áreas de fruticultura, piscicultura, culturas agroindustriais (açaí, guaraná, mandioca e cupuaçu) e florestais, dentre outras.
Quais os resultados das pesquisas aqui e transferida a produtores?
Os resultados de pesquisa são obtidos no conjunto das diversas atividades que muitas vezes se estendem a experimentos realizados em mais de um campo experimental e também com validação em áreas de produtores.
A Embrapa já instalou e continua instalando diversas Unidades de Referência Tecnológica (URT), em vários municípios do estado do Amazonas. Além disso, promove várias capacitações para os produtores rurais.
A URT é uma das formas que a Embrapa encontra de transferir as tecnologias dos centros para o meio rural. Assim, implanta e acompanha plantios em áreas de agricultores.
Os resultados de pesquisa são periodicamente divulgados em publicações científicas ou técnicas e disponibilizados no site da Embrapa. Há também divulgação por outros meios, como eventos técnico-científicos, publicações e outros.
As informações decorrentes dos estudos realizados naquele campo referem-se ao uso de áreas alteradas, e estão relacionados a sistemas agroflorestais e manejo florestal. Saiba mais aqui .
Como atua a Embrapa na produção de tecnologias ao desenvolvimento da agricultura da Amazônia?
A Embrapa está presente nos nove estados da Amazônia legal, com centros de pesquisa em todos estes estados. Ao todo foram geradas mais de 500 soluções tecnológicas voltadas para a Amazônia. Nessas soluções, estão incluídos processos ou práticas agropecuárias, sistemas de produção adequados para a região, cultivares, metodologias técnico-científicas, entre outros.
Em relação às informações científicas geradas a partir da pesquisa da Embrapa na Amazônia estão disponíveis mais de 11 mil publicações técnico-científicas. Todo este acervo está disponibilizado no portal Embrapa. É uma das formas de contribuição para o conhecimento da região, bem como o uso sustentável do bioma amazônico.
Foto: Síglia Souza/Embrapa