O presidente da França, Emmanuel Macron, realizou na terça-feira (26/3) uma cerimônia na qual concedeu a Ordem Nacional da Legião de Honra ao líder indígena Raoni Metuktire, uma das maiores honrarias francesas tanto para cidadãos nacionais quanto estrangeiros que se destacam por suas atividades globais. A entrega desse reconhecimento contou com a presença do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante o evento, Macron destacou a dedicação de Raoni em defender a floresta amazônica ao longo de décadas, enfatizando seu papel como embaixador de seu povo e interlocutor com as autoridades brasileiras.
Lula, por sua vez, propôs que Raoni seja indicado ao Prêmio Nobel da Paz, ressaltando sua contribuição única para a proteção do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas. Comprometeu-se ainda a realizar gestões junto a países escandinavos para garantir o reconhecimento do cacique.
Além disso, Lula reforçou a necessidade de demarcações de terras indígenas e de um esforço global contra o desmatamento, lançando uma mensagem direta a Macron e enfatizando a importância da preservação ambiental.
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A presença da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e da presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, na cerimônia demonstra a relevância histórica do evento. Ambas ressaltaram a importância dos povos indígenas na solução dos desafios ambientais e sociais do país.
Antes da condecoração, Macron e Lula visitaram a comunidade ribeirinha da ilha do Combu, onde puderam conhecer a produção local de cacau, evidenciando o interesse mútuo na promoção de práticas sustentáveis.
A Ordem Nacional da Legião de Honra, instituída por Napoleão Bonaparte em 1802, reconhece o cacique Raoni como uma figura internacional devido ao seu engajamento em causas indígenas e ambientais.
Este reconhecimento se soma a uma lista seleta de brasileiros que já receberam essa distinção, incluindo ex-presidentes e autoridades importantes do país.
Foto: Ricardo Stuckert/PR