De cracolândia a imponente atrativo turístico de Manaus
Em pouco mais de um ano de trabalhado, prédio abandonado vira uma das mais bonitas obras turísticas da capital do Amazonas

Neuton Correa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 03/04/2024 às 05:58 | Atualizado em: 03/04/2024 às 06:22
O prefeito David Almeida (Avante) entrega amanhã, dia 4, uma das mais importantes obras de sua gestão.
O investimento transcende o valor sentimental que representa para o prefeito e a importância para a cidade como imponente atrativo turístico da capital.
A obra terá o nome Lúcia Almeida, esposa de David Almeida, que morreu aos 41 anos de idade, em 2019, após combater um câncer de fígado por dois anos.
Este investimento trata-se de um mirante às margens do rio Negro, no centro histórico da capital do Amazonas, no Largo São Vicente.
Do local, onde estão vários prédios históricos, pode-se apreciar e registrar um dos mais bonitos pôr do sol da cidade.
História da obra
Pois, tão quão importante serão as estruturas para receber turistas e o próprio manauara é a história da obra.
O Mirante Lúcia Almeida, que será entregue amanhã, até o início do ano passado, abrigava uma comunidade de drogados e de sem teto. Muitos deles trabalharam na obra.
Ali, por muito tempo, foi a sede da Companhia Energética do Amazonas (Ceam).
Detalhes
O prédio tem mais de 5 mil metros de área construída, 58 metros de comprimento e quatro andares (térreo e mais três pavimentos). Será o primeiro espaço público vertical da cidade.
Após a obra, a região se transformou e dá vida a um espaço da cidade antes vazio. Isso porque a área ganhará quatro estruturas: o Mirante Lúcia Almeida, o Largo de São Vicente, o Casarão Thiago de Mello e o Píer Turístico.
O casarão, que leva o nome do poeta amazonense do Estatutos do Homem, reproduz um pouco da casa onde viveu Thiago.
O escritor morou no interior de Barreirinha (AM), num lugar chamado Freguesia do Andirá, com janeja de frente para o rio Andirá, em seu trecho mais largo.
Por hora, serão entregues o mirante e o largo.
Ontem, o Mirante Lúcia Almeida foi apresentado à mídia digital pelo prefeito David Almeida.
Saiba mais sobre a requalificação dessa parte do centro histórico de Manaus
Operações comerciais
A prefeitura promove a ocupação não só artística, cultural e pública do mirante. Haverá também ocupação comercial, todas licitadas.
A base do “Nosso Centro” envolve ações de economia, turismo, história, empreendedorismo, cultura, arte e habitação, com três etapas de implantação.
Concorrência
A partir de concorrência pública, o mirante terá permissionários, empresários, empreendedores e comerciantes, que vão atuar em lojas, quiosques, lanches e restaurantes.
As licitantes venceram a concorrência 004/2024, realizada pela Comissão Municipal de Licitação (CML), para permissão de uso de 3 quiosques e 1 lanche no térreo; no primeiro pavimento, 1 lanche; 2 restaurantes e 1 lanche no segundo pavimento; e mais 3 quiosques no terceiro pavimento, totalizando 11 operações.
Acessibilidade
As obras da primeira fase do programa “Nosso Centro” da Prefeitura foram projetadas para atender diversos públicos. Nesse caso, incluem-se visitantes e residentes de todas as faixas etárias, além de turistas.
Flexibilidade e acessibilidade são outros destaques no novo espaço público. O objetivo é democratizar tanto a arquitetura quanto o acesso a Pessoas com Deficiência (PcDs).
As obras somam 11 rampas de acessibilidade, sendo três distribuídas no acesso ao mirante Lúcia Almeida, sete no largo de São Vicente e uma no casarão Thiago de Mello.
Elevadores
O mirante conta, ainda, com dois elevadores, que podem ser usados pelos PcDs e Pessoas com Mobilidade Reduzida (PMRs).
Tem um conjunto de dispositivos. Eles vão desde as rampas até o piso podotátil, para atender as pessoas com deficiência visual. Com isso, facilita-se o acesso a todos os espaços, internos ou externos.
A ideia é ampliar ao máximo a circulação de todas as pessoas.
Os conjuntos de banheiros do complexo também foram pensados para atender a todos com conforto e acessibilidade. Há estrutura específica para PcDs e para famílias, incluindo serviço para pessoas com crianças pequenas, em todos os andares do mirante.
O piso podotátil na área externa é feito de concreto, sendo um material bastante resistente, e na área interna é de borracha.
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O Largo
Com uma área totalmente criada onde antes existiam lotes abandados e sem uso, o Largo de São Vicente terá passagem apenas para pedestres. Ela soma mais 3,5 mil metros quadrados.
É todo acessível e conecta as obras do “Nosso Centro”. Isso inclui estacionamento exclusivo para portadores de necessidades especiais (PCDs), idosos, grávidas e afins.
A construção manteve a ambiência histórica do entorno. Por isso empregou-se pedra São Thomé nas calçadas. E, no paisagismo, bancos, sinalização, iluminação e mobiliário adequado para o conforto da população.
Segurança
A segurança no Centro da cidade de Manaus é uma das prioridades da gestão pública municipal e da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg).
E com as inaugurações das primeiras obras do “Nosso Centro” ganharam atenção especial. Novas viaturas, treinamento de guardas municipais, com a presença da Ronda Ostensiva Municipal (Romu), e patrulhamento intenso estão no roteiro do circuito da Ilha de São Vicente. Mais servidores e mais serviços vão compor a segurança na área.
O espaço também conta com uma inédita central de vídeo-monitoramento de toda a região, com câmeras, somando os esforços das Forças de Segurança da capital. O objetivo é melhorar o serviço, proporcionar conforto e muito mais segurança na área do Centro para todos os frequentadores da cidade, visitantes e turistas.
Playpet
Seguindo uma tendência em áreas públicas urbanas da capital, a Prefeitura de Manaus vai entregar as obras da primeira etapa do programa “Nosso Centro” com um espaço para os “au-migos”, um playpet instalado no Largo de São Vicente, nas proximidades do Mirante Lúcia Almeida e do Casarão Thiago de Mello, no Centro, zona Sul.
Com 15 metros quadrados, o espaço sombreado, debaixo de árvores, foi pensado para os bichinhos dos frequentadores da nova área pública, para proporcionar momentos de lazer com seus donos e tutores.
Arte urbana
Grandes murais na entrada e no terceiro pavimento. A ideia é dar vista para o Largo de São Vicente e os outros para o rio Negro.
Outros pontos de arte urbana também integram as atrações do mirante, conferindo ao espaço cores, nuances e referências amazônicas do grafite assinado pelo artista Raiz, Rai Campos, e sua equipe.
As maiores artes estão na entrada principal do prédio e no terceiro pavimento, com ampla vista para o rio, contando com os sprays ainda de Israel Teo, Paulo Korok e Manoel Smit.
Expressões amazônicas
A equipe deu vida a expressões amazônicas, animais da floresta, personagens e símbolos indígenas, peças caboclas, tudo que o imaginário desta rica região proporciona na fauna, flora e sua gente, que vai ganhando vida no grafite, em traços, cores, técnicas mistas e muito respeito.
As artes dos painéis se integram como uma grande tela única. Dessa forma, faz-se a conexão entre a construção atual e seu entorno, tendo o rio Negro às margens. E o detalhe é conseguir admirar de perto, dentro do mirante, de vários ângulos, nos níveis, até mesmo de fora do prédio.
Além dos grande murais, toda a parte de alvenaria tem ocupação de arte urbana, fazendo a obra arquitetônica ainda mais rica e impressionantes pela conexão entre ambiente, cores e referências amazônicas nas artes.