Da Redação
O Estado do Amazonas gastou R$ 1, 4 bilhão a mais do que arrecadou entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de outubro de 2017, ou seja, após o mandato das eleições 2014.
A informação foi publicada esta semana pelo jornal Estado de S.Paulo a partir de um levantamento encomendado ao especialista em contas públicas Raul Velloso.
A informação negativa coloca o Amazonas em 9º lugar num ranking criado pelo jornal para medir o equilíbrio fiscal dos estados.
Esta posição indica que o Amazonas nem está entre os cinco estados que melhoraram sua situação fiscal nos últimos anos nem o coloca entre os piores que passam por sufocos administrativos em função da perda do controle sobre os gastos diante de baixas receitas.
No ranking do Estadão, o Amazonas é o antepenúltimo dos que estão no vermelho.
Os cinco estados que melhoraram sua situação fiscal nos últimos anos são Alagoas (superávit de R$ 4,9 milhões), Paraná (R$2 milhões), Ceará (R$ 9oo mil), Maranhão (R$ 400 mil), Piauí (R$ 1o0 mil) e São Paulo com resultado similar.
Os Estados em piores condições são Rio Grande do Norte (que gastou R$17,4 milhões amais do que arrecadou), Rio de Janeiro (gastou a mais R$ 11 milhões a mais), entre outros.
O jornal destaca que “em um período de três anos, os Estados saíram de um resultado positivo de R$ 16 bilhões em suas contas para um déficit de R$ 60 bilhões no fim de 2017”.
A matéria faz previsão que, para dar aparência de fecharem no azul neste ano eleitoral, os Estados vãos “buscar recursos extraordinários como nunca”.
Serafim Corrêa
O deputado estadual e economista Serafim Corrêa (PSB) afirmou que as medidas amargas tomadas ainda no início do Governo José Melo evitaram que o Amazonas chegasse em 20118 a uma situação de caos.
“Foi a única tentativa de trazer o Estado para um equilíbrio nos últimos anos. Mas ainda precisa de ajustes profundos que envolvem outros poderes e órgãos”, disse.
O parlamentar criticou as gorduras e sobras orçamentárias dos demais órgãos diante das dificuldades financeiras do Executivo.
“Não tem justificativa para o TCE, o MPE custarem o que custam. Os cortes não podem ocorrer apenas no Executivo. Envolve outros poderes. Os órgãos têm que sentar, conversar e dialogar. Vejo que este é o momento de fazer isso”, avaliou.
O parlamentar sugeriu que o governador do Amazonas, por ter prometido fazer um mandato de um ano sem interesse de disputar a reeleição, protagonizar a mudança.
“Como é o último ano do mandato, como ele não vai mais ser candidato, pode desagradar fazendo um bem para o estado, trazendo os outros órgãos para a realidade”, disse.
Foto: BNC
Governo
A reportagem solicitou um posicionamento do Governo sobre os número do Estadão às 8h30 desta quinta-feira, dia 18, mas até o fechamento desta matéria não houve manifestação.
A reportagem também tentou ouvir o secretário de Estado de Fazenda, Alfredo Paes, mas não houve resposta da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) até o fechamento desta matéria.
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