Tragédia no RS e impactos de 500 mudanças que afrouxaram leis ambientais
Responsabilidade do governador do estado e suas medidas estão em avaliação

Publicado em: 11/05/2024 às 20:41 | Atualizado em: 11/05/2024 às 20:49
Levantamento aponta que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), realizou mudanças em pelo menos 500 normas do Código Ambiental do Estado durante seu primeiro ano de mandato, em 2019.
Como consequência, essas mudanças, sancionadas em 2020, foram responsáveis pelo afrouxamento de políticas ambientais, o que, segundo ambientalistas, teve impacto na extensão dos danos provocados pelas chuvas que assolam a região.
Agora, diante do pior desastre da história do Rio Grande do Sul, os especialistas têm se manifestado contra a administração de Leite, acusando-o, junto com a Assembleia Legislativa, de serem responsáveis pelo que consideram um desmantelamento das leis estaduais de proteção ambiental.
“Nesses 53 anos nunca houve um retrocesso tão grande”, resume Francisco Milanez, diretor científico da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan).
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Ainda de acordo com os estudiosos, essas mudanças estão diretamente relacionadas à magnitude dos impactos das chuvas no Rio Grande do Sul.
Como exemplo, o aumento do desmatamento desde 2019 em áreas montanhosas, o que contribui para chamadas enchentes de erosão, que ocorre quando a água em excesso, proveniente de chuvas intensas causa o deslocamento e a remoção do solo em uma determinada área.
Ambientalistas dizem que a redução da cobertura vegetal, resultado do desmatamento e da flexibilização ambiental, contribui para o aumento dessas enchentes.
Isso porque as árvores e outras plantas desempenham um papel crucial na estabilização e compactação do solo, com suas raízes ajudando a segurar o solo e, consequentemente, reduzindo a erosão causada pela água das chuvas.
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Foto: Marinha do Brasil