Quais são bactérias que mais danos causam à saúde? OMS aponta
A atualização da lista de patógenos é considerada fundamental para enfrentar a resistência antimicrobiana

Da Redação do BNC Amazonas*
Publicado em: 20/05/2024 às 09:43 | Atualizado em: 20/05/2024 às 09:43
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou lista atualizada de patógenos bacterianos prioritários deste ano. Em outras palavras, são as bactérias que mais prejudicam a saúde humana.
A atualização, portanto, é considerada fundamental para enfrentar a resistência antimicrobiana, destacada pela agência como um dos maiores desafios de saúde global.
Assim, a resistência antimicrobiana ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas já não são contidos pelos medicamentos, aumentando o risco de propagação de doenças e mortes.
Dessa maneira, o problema é motivado, em grande parte, pelo uso indevido e excessivo de antimicrobianos.
O documento lançado pela OMS neste mês de maio contém 15 famílias de bactérias. Elas são resistentes a antibióticos agrupadas em categorias de priorização crítica, alta e média.
A lista, dessa forma, serve de referência para o desenvolvimento de novos tratamentos.
A diretora-geral adjunta de resistência antimicrobiana da OMS, Yukiko Nakatani, ressaltou a importância de mapear a carga global de bactérias resistentes aos medicamentos. Com isso avaliar o seu impacto na saúde pública.
Segundo ela, “desde que a primeira lista de patógenos bacterianos prioritários foi lançada, em 2017, a ameaça da resistência antimicrobiana intensificou-se, minando a eficácia de numerosos antibióticos e colocando em risco muitos dos ganhos da medicina moderna.”
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Prioridade
Por exemplo, dentre os agentes patogênicos de prioridade crítica estão as bactérias gram-negativas resistentes aos antibióticos de último recurso e o Mycobacterium tuberculosis, resistente ao antibiótico rifampicina.
Eles representam grandes ameaças globais devido à sua elevada carga e à capacidade de resistir ao tratamento e espalhar a resistência a outras bactérias.
As bactérias gram-negativas têm capacidades incorporadas para encontrar novas formas de resistir ao tratamento. Além disso, podem transmitir material genético, fazendo com que outras bactérias também se tornem resistentes aos medicamentos.
Os agentes patogênicos de alta prioridade, como a Salmonella e a Shigella, representam um fardo particularmente elevado nos países de rendimentos baixo e médio, juntamente com a Pseudomonas aeruginosa e o Staphylococcus aureus, que representam desafios significativos nos ambientes de saúde.
Outros agentes patogênicos de alta prioridade são a Neisseria gonorrhoeae e Enterococcus faecium.
Eles trazem desafios de saúde pública, incluindo infecções persistentes e resistência a múltiplos antibióticos.
Os agentes patogênicos de prioridade média incluem os estreptococos dos grupos A e B, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae, que apresentam uma elevada carga de doença.
Estes agentes patogênicos requerem maior atenção, especialmente em populações vulneráveis, incluindo grupos de crianças e idosos, particularmente em locais com recursos limitados.
O diretor-geral-adjunto da OMS para a cobertura universal de saúde, doenças transmissíveis e não transmissíveis, Jérôme Salomon, disse que:
“A resistência antimicrobiana põe em risco a nossa capacidade de tratar eficazmente infecções de alto impacto, como a tuberculose, levando a doenças graves e ao aumento das taxas de mortalidade”.
O boletim atualizado incorpora novas evidências e conhecimentos de especialistas para orientar a pesquisa e o desenvolvimento de novos antibióticos e promover a coordenação internacional para fomentar a inovação.
*Fonte: OMS
Foto: OMS/divulgação