Amazônia: dois anos sem Bruno e Dom, no dia mundial do meio ambiente
A data de hoje marca as perdas das vidas de ambos na reserva indígena Vale do Javari, no oeste do Amazonas.

Ednilson Maciel
Publicado em: 05/06/2024 às 07:25 | Atualizado em: 06/06/2024 às 17:17
O assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips completa, nesta quarta-feira (5), dois anos.
O brasileiro era especialista em povos originários que vivem em isolamento no território nacional.
Conforme o Correio Braziliense, a data, que coincide com o dia mundial do meio ambiente. Com isso, marca as perdas das vidas de ambos na reserva indígena Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
De acordo com declarações à Polícia Federal feitas por Amarildo da Costa Oliveira — um dos acusados de envolvimento no crime — as mortes ocorreram porque as duas vítimas desafiavam interesses ilícitos de grupos da região que devastam a floresta.
Foi comprovado, por exemplo, que Pereira recebia ameaças de madeireiros, garimpeiros e de pescadores ilegais.
Dessa forma, o Correio entrou em contato com 12 ambientalistas para saber o que enfrenta quem se dedica à proteção da Amazônia. A maioria se recusou a falar por medo de retaliações.
O analista ambiental do Instituto Chico Mendes, João Madeira, contou que muitas atividades que põem em risco a fauna e a flora da região são realizadas por alguns integrantes de setores com poder econômico e político.
Há muita violência contra ambientalistas no Brasil, sobretudo quando atrapalham planos de poderosos, que podem ser ligados a empresas do agronegócio, da mineração ou de atividades explicitamente ilegais, como tráfico de madeira, grilagem de terras, por vezes, atualmente, com participação do crime organizado, acusou.
Dessa maneira, o Brasil teve destaque nos assassinatos de ambientalistas na última década.
Segundo dados da Global Witness — que monitora esses crimes —, entre 2012 e 2021, das 1.733 mortes registradas globalmente, 342 ocorreram no país, quase 20% do total.
“No Brasil, quando alguém se levanta contra algo que prejudica o ambiente ou sua comunidade, é automaticamente ameaçado e perseguido até a morte”, lamentou o ativista ambiental Luis Martínez.
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Foto: reprodução