Dnit faz vistoria no rio Madeira com engenheiros dos Estados Unidos

Órgão do Ministério dos Transportes vistoriou trechos entre as cidades de Porto Velho/RO e Humaitá, no Amazonas. Prevenção à estiagem

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 27/07/2024 às 14:00 | Atualizado em: 27/07/2024 às 16:32

O Ministério dos Transportes e seus órgãos delegados vêm demonstrando interesse e preocupação com os destinos dos rios da Amazônia.

Tal preocupação se dá especialmente diante da estiagem de 2024, pois, ao que tudo indica, deverá ser mais severa que a vivida no ano passado.

Prova disso é a vistoria técnica que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em colaboração com o Corpo de Engenheiros dos Estados Unidos (USACE), realizou, na semana passada, no trecho entre as cidades de Porto Velho, em Rondônia, e Humaitá, no Amazonas.

A ação foi para acompanhar os serviços de monitoramento hidroviário em curso no rio Madeira e fazer a avaliação das condições do canal de navegação das hidrovias federais.

De acordo com o Dnit, o monitoramento permite o planejamento de atividades como dragagens, derrocagens, sinalizações e alertas sobre restrições à navegação.

Durante a vistoria, a equipe verificou os seguintes procedimentos no rio Madeira:

•⁠ ⁠levantamentos batimétricos, usando tecnologias de um único feixe sonar e múltiplos feixes sonares;

•⁠ ⁠medição da vazão do rio por meio de um perfilador acústico de correntes (ADCP);

  • monitoramento contínuo do perfil da linha d’água;
  • ajustes nas estações fluviométricas e telemétricas instaladas ao longo do curso d’água.
    Garantia de navegabilidade

“Tais atividades são essenciais para manter informações precisas sobre as condições do rio, facilitando o planejamento e a manutenção das hidrovias federais para garantir a navegabilidade segura e eficiente”, disse o diretor-geral do Dnit, Fabricio de Oliveira Galvão.

Além das inspeções, o Dnit se reuniu com representantes do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) para discutir e trocar conhecimentos sobre o monitoramento hidroviário dos rios amazônicos.

O objetivo, segundo o órgão é aprimorar os monitoramentos diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Hidrovia do Madeira

Quem também fez menção, esses dias, sobre a concessão da hidrovia do rio Madeira, foram diretores da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Ao participar do evento Norte Export 2024, o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, falou sobre o “Desenvolvimento das conexões do transporte aquaviário na região Norte e boas iniciativas com ganho de eficiência nas operações portuárias”.

Nery destacou os seis projetos de hidrovias prioritários que estão em andamento na agência: a do rio Madeira, Paraguai, Lagoa Mirim, Barra Norte, hidrovia do rio Tocantins e do rio Tapajós.

Evento Norte Export 2024

Ele lembrou que a concessão do rio Madeira está em análise pelo Ministério de Portos e Aeroportos e há expectativa de abertura de audiência pública em breve.

Benefícios das concessões

O diretor-geral relembrou ainda o ganho logístico que as concessões vão trazer ao país. Segundo ele, hoje é pago um alto preço pela ineficiência das hidrovias existentes, isso porque com a falta de dragagem, balizamento e sinalização adequada os transportadores de cargas não podem trafegar a noite, por exemplo”.

Por fim, Eduardo Nery, pontuou benefícios como a geração de emprego e renda, a redução do frete, a melhora no escoamento de grãos, o aumento dos corredores logísticos no país, os ganhos logísticos com a eficiência e a redução da emissão de carbono, tendo em vista que hidrovias são até cinco vezes menos poluentes que uma rodovia.

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Fotos: divulgação