Polícia trata tumulto em convenção de Coari como terrorismo

Para a polícia, não houve tiro e tumulto foi criado por três pessoas, um deles preso

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 07/08/2024 às 18:39 | Atualizado em: 07/08/2024 às 18:44

A Polícia Civil do município de Coari, no Amazonas (a 370 quilômetros da capital Manaus), iniciou as investigações após o tumulto ocorrido no último domingo (5), na convenção do partido Republicanos e aliados.

A convenção, que homologou a chapa de Adail Pinheiro e do seu filho Emanuel, a prefeito e vice-prefeito de Coari, respectivamente, foi interrompida por estampidos que se confundiram ora com tiros de arma de fogo ora com fogos de artifícios.

Pelo menos 40 pessoas se feriram, mas tanto a direção do Hospital Regional de Coari quanto a Polícia Militar (PM) negaram haver vítima ferida por arma de fogo.

“Não houve disparo de arma de fogo, não houve troca de tiro, o que houve foram infratores que vieram manchar e causar o caos no evento democrático que estava ocorrendo na cidade. Conseguimos prender um infrator e prender um simulacro de arma de fogo. Portanto, não houve ninguém ferido por disparo de arma de fogo”, afirmou o policial militar André Rocha.

E prosseguiu:

“Sim, pessoas foram machucadas porque correram pensando que estava ocorrendo disparo de arma de fogo, o que não aconteceu. A gente está aqui para tranquilizar o povo de Coari e dar uma resposta à sociedade, pois, a Polícia Militar e a Polícia Civil estão trabalhando em conjunto”.

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Terrorismo

De acordo com o delegado da Polícia Civil de Coari, José Barradas Júnior, três pessoas foram identificadas como causadoras dos atos terroristas, mas a PM prendeu apenas um, em flagrante delito.

“A única finalidade deles era provocar o tumulto generalizado na convenção. Soltaram bombas em que várias pessoas saíram correndo e foram pisoteadas. Mais de 40 pessoas foram atendidas no hospital e com única finalidade de provocar o tumulto”.

Segundo Barradas Jr., a pessoa presa em flagrante responderá por crime de terrorismo, lesão corporal e organização criminosa.

As outras duas pessoas, supostamente envolvidas no “ato terrorista”, já foram identificadas, segundo o delegado, e por isso estão sendo investigadas e procuradas pela polícia.

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Audiência de custódia

No caso do preso, cujo nome não foi informado porque o caso corre em segredo de justiça, passou por audiência de custódia e vai continuar preso.

Por fim, o delegado disse que, se o envolvido for condenado pelos crimes de terrorismo, lesão corporal e organização criminosa, poderá pegar até 20 anos de prisão.

Candidato se manifesta

Em nota, a coligação “Coari rumo ao futuro”, da chapa Adail e Emanuel Pinheiro, formada pelos partidos Republicanos, União Brasil, MDB, PSD, Progressistas e a federação PSDB-Cidadania, lamentou o ocorrido na convenção, que foi interrompida por precaução e prudência.

Da mesma forma, diz que o ato criminoso abreviou o encerramento da maior convenção partidária da história política do Amazonas, com mais de 30 mil pessoas.

Foto: divulgação