Amazônia: Marina quer governadores proibindo fogo e vai liberar recursos

Governo Lula pressiona estados da Amazônia a proibirem o uso do fogo e planeja liberar crédito extraordinário para combater as queimadas na região.

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Diamantino Junior

Publicado em: 28/08/2024 às 10:06 | Atualizado em: 28/08/2024 às 10:06

O governo federal está intensificando seus esforços para combater as queimadas na Amazônia, pressionando os estados da região a proibirem o uso do fogo em práticas como manejo de pasto e fogueiras. Em paralelo, a administração está preparando a liberação de um crédito extraordinário para apoiar as ações de combate aos incêndios, com o valor exato a ser definido após a avaliação das demandas dos ministérios.

A articulação com os estados da Amazônia é uma prioridade para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que tem enfatizado a importância de uma resposta coordenada para enfrentar tanto o desmatamento quanto as queimadas.

“A maioria dos estados da Amazônia já proibiu o uso do fogo, e estamos exigindo que aqueles que ainda não o fizeram tomem essa medida urgentemente”, declarou André Lima, secretário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial.

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Atualmente, os estados de Acre, Amapá, Roraima e Rondônia ainda não vetaram o uso do fogo, mesmo diante da gravidade das queimadas na região. O estado do Pará, por exemplo, decretou na última segunda-feira (27/8) a proibição do uso do fogo por 180 dias, numa tentativa de conter a propagação dos incêndios.

O governo também está atento às consequências das mudanças climáticas, que têm agravado os incêndios e impactado ecossistemas inteiros, como o rio Madeira, que registrou o nível mais baixo para o mês de agosto em 57 anos. Além disso, o governo federal revelou que 30% dos incêndios na Amazônia ocorrem em áreas florestais, o que indica que muitos são intencionais e preparatórios para futuros desmatamentos.

Em São Paulo, a polícia investiga a possibilidade de uma ação criminosa coordenada, já que vários incêndios começaram simultaneamente em diferentes pontos. Na Amazônia, a situação é igualmente crítica, com incêndios que têm devastado florestas e ameaçado comunidades ribeirinhas, além de espalhar fumaça por várias cidades, incluindo São Paulo.

A gestão federal segue monitorando de perto a situação, com 32 inquéritos abertos entre 2023 e 2024 para investigar os incêndios na Amazônia, Pantanal e São Paulo. Com a liberação do crédito extraordinário, espera-se que novas medidas sejam implementadas rapidamente para mitigar os impactos ambientais e proteger a biodiversidade da região.

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Foto: reprodução de vídeo