Caso Djidja: mãe da seita diz que vai continuar ‘meditações’ ao sair da cadeia
Ao depor à Justiça, Cleusimar disse que a cetamina ajudava a meditar nas “cartas de cristo”

Mariane Veiga
Publicado em: 13/09/2024 às 23:29 | Atualizado em: 14/09/2024 às 01:28
Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja Cardoso, declarou que sua prisão por tráfico de drogas por conta do uso de ketamina tem a ver com “intolerância religiosa” e alegou que vai continuar com as “meditações” dos rituais da seita “Pai, Mãe, Vida” ao sair da cadeia.
“Intolerância religiosa é crime. Espero que ninguém me impeça de meditar as cartas de Cristo, que foram escritas por Jesus. Pretendo continuar com meus salões, minhas meditações e seguindo a palavra”, disse Cleusimar.
Cleusimar, seu filho Ademar Cardoso, o ex-namorado de Djidja, Bruno Roberto, e outras sete pessoas são investigadas por tráfico de drogas.
As falas ocorreram durante o depoimento de Cleusimar, que foi apresentado durante a audiência de instrução e julgamento no dia 4 de setembro.
Durante as investigações, a polícia descobriu que Cleusimar, não apenas usava a ketamina, mas também começou a utilizar um livro chamado “Cartas de Cristo” e a realizar um culto baseado em uma interpretação equivocada das escrituras.
A partir de então, eles começaram a recrutar outras pessoas, principalmente funcionários de um salão de beleza da família.
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Morte Djidja
A droga sintética, utilizada tanto em humanos quanto em animais, pode causar alucinações e dependência.
Djidja foi encontrada morta no final de maio em Manaus, e a polícia suspeita que a causa da morte tenha sido overdose devido ao uso indiscriminado da substância.
De acordo com a investigação, a família de Djidja criou o grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”, que promovia o uso indiscriminado de ketamina.
Cleusimar e seu filho estão presos, e o Ministério Público a acusa de estar no núcleo central do esquema de tráfico de entorpecentes.
Durante o depoimento de mais de 30 minutos, Cleusimar foi questionada pelo juiz Celso de Paula sobre o uso de ketamina, seu conhecimento sobre a droga e se ela injetava a substância em seus filhos.
Cleusimar também abordou as cartas de Cristo e negou que a família estivesse envolvida em uma seita.
Ao contrário dos relatos do depoimento de Cleusimar, que apontam para um quadro de depressão, o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) mostra que a morte Djidja foi causada por um edema cerebral que afetou o funcionamento do coração e da respiração dela.
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Foto: reprodução/Instagram