Publicado em: 14/12/2024 às 11:30 |
Atualizado em: 14/12/2024 às 16:10
Um artigo assinado por cientistas indígenas da região do alto rio Negro, no Amazonas, foi publicado na revista norte-americana Science, na quinta-feira (12).
Trata-se de um texto dos cientistas dos povos Tukuya, Tukano, Bará, Baniwa e Sateré-Mawé, além de pesquisadores não indígenas.
Segundo o g1, o título do artigo é “Indigenizando a ciência da conservação para uma Amazônia sustentável”.
Dessa forma, o trabalho, assinado por Carolina Levis, Justino Rezende (foto), João Paulo Barreto, Silvio Barreto, Francy Baniwa, Clarinda Sateré-Mawé, Fábio Zuker, Ane Alencar, Miqueias Mugge, Rodrigo Moraes, Agustín Fontes, Marina Hirota, Carolos Fausto e João Biehl, fala sobre o conhecimento dos indígenas da Região do Alto Rio Negro e como isso pode impactar na ciência e também na conservação da biodiversidade da Amazônia.
“As comunidades científicas devem fazer tentativas sérias para estabelecer procedimentos para colaboração transdisciplinar e intercultural, envolvendo povos indígenas e suas teorias e práticas para efetivamente aumentar e melhorar a pesquisa, a política e a ação de conservação”, diz um trecho do artigo.
Ao mesmo tempo, a pesquisa também fala sobre a importância da Amazônia como um campo de promoção do diálogo entre as ciências ocidentais e indígenas.
“A Amazônia armazena entre 150 e 200 bilhões de toneladas de carbono em seu solo e vegetação e abriga mais de 410 grupos étnicos indígenas distintos que detêm direitos territoriais sobre 27% da região”, completa o estudo.
Além disso, ele explica:
“Esses povos diversos desenvolveram um profundo conhecimento ecológico da dinâmica florestal e contribuíram para ecologias florestais sustentáveis por mais de 12.000 anos. A rede existente de territórios indígenas reflete a resiliência dos povos indígenas sobreviventes após séculos de genocídio e epistemicídio”.